Os humanos poderão ser esquecidos daqui a milhões de anos? Entenda as possibilidades

Saiba se os humanos deixarão vestígios ou serão esquecidos daqui a milhões de anos no registro geológico.
29/12/2025 às 17:22 | Atualizado há 13 horas
               
A descrição levanta uma reflexão sobre a possível ausência de vestígios humanos no futuro distante. (Imagem/Reprodução: Redir)

A dúvida sobre se os humanos serão lembrados daqui a milhões de anos se baseia na pouca duração da nossa espécie em termos geológicos e na raridade da fossilização de civilizações.

Nosso legado pode não estar nos fósseis, mas nas mudanças químicas e ambientais da Terra, como alterações nos isótopos e impactos na biodiversidade, além de objetos como plásticos que persistem por muito tempo.

Esses vestígios materiais e ambientais indicam que, apesar do organismo humano poder ser esquecido, nossas ações deixarão marcas duradouras na história do planeta.

Se os humanos desaparecerem daqui a milhões de anos, será que seremos lembrados? A resposta aponta que a possibilidade de deixar fósseis para o futuro é pequena, considerando que a nossa espécie existe há cerca de 300 mil anos, pouco tempo em termos geológicos.

Especialistas como Adam Frank, da Universidade de Rochester, afirmam que pouquíssimas formas de vida realmente se fossilizam, especialmente civilizações com curto tempo de existência. Por exemplo, apesar dos dinossauros terem vivido por 165 milhões de anos, fósseis quase completos são raros até hoje.

Mas nosso legado pode persistir de outras formas. A ação humana mudou a composição química da Terra, o que será perceptível em camadas geológicas futuras, especialmente por mudanças climáticas provocadas pelo homem. Alterações nos isótopos de carbono e oxigênio deixariam evidências detectáveis em centenas de milhões de anos.

Além disso, nossa influência na biodiversidade é visível: 96% da biomassa de mamíferos é de humanos ou gado, e abates massivos de aves domésticas podem deixar sinais inéditos no registro fóssil. Cientistas apontam que objetos criados por nós – “tecnofósseis” como latas, plásticos e concreto – podem durar milhões de anos e formar parte do registro geológico.

O plástico, por exemplo, já supera em peso seco toda a biomassa animal, e pode persistir no ambiente por períodos extremamente longos. Outro exemplo é o grafite, que em formas naturais tem bilhões de anos e, em lápis, poderia durar igualmente. Esses elementos explicam que o humano pode ser esquecido como organismo, mas seus vestígios materiais e impactos ambientais podem ser registrados por milhões de anos.

A reflexão sobre esse futuro distante ajuda a entender a magnitude das mudanças que provocamos e a importância de pensar no planeta a longo prazo.

Via Folha de S.Paulo

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