O uso de ovelhas em vinhedos, uma prática antiga, está ressurgindo em várias regiões do mundo. Originalmente comum nas fazendas romanas, essa técnica foi substituída por métodos modernos, mas agora viticultores estão redescobrindo sua importância. As ovelhas atuam na fertilização do solo e no controle de ervas daninhas, oferecendo uma alternativa sustentável aos métodos tradicionais.
O rancho Shannon, na Califórnia, implementou o “Projeto Ovis”, integrando ovelhas em diversas etapas do cultivo da vinícola. Esse manejo não apenas controla ervas daninhas, mas também combate a erosão e ajuda na poda. Com benefícios significativos para o solo, essa abordagem resgata métodos tradicionais em um contexto moderno.
Robert Irwin, da Kaos Sheep Outfit, defende que as ovelhas ajudam a restaurar os ciclos naturais. Elas promovem a fertilidade do solo, diminuem custos relacionados à mão de obra e substituem a necessidade de equipamentos pesados. Essa práticas trazem resultados visíveis, com melhorias na estrutura do solo e na qualidade dos vinhos produzidos.
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A prática de utilizar ovelhas em vinhedos, uma tradição com raízes nas antigas fazendas romanas, está ressurgindo em propriedades biodinâmicas na Califórnia e em outras regiões do mundo. Essa técnica, que antes era comum, havia sido substituída por métodos modernos como tratores e herbicidas sintéticos, mas os viticultores estão redescobrindo o valor multifuncional que os rebanhos podem oferecer para a agricultura sustentável.
As ovelhas desempenham um papel crucial na agricultura sustentável, contribuindo para a fertilização do solo, o controle de ervas daninhas e a execução de tarefas que normalmente seriam realizadas por máquinas ou trabalho manual. Angie Shannon, coproprietária da Shannon Family of Wines, destaca a praticidade e a sustentabilidade dessa abordagem.
Localizado em Lake County, Califórnia, o rancho Shannon implementou o “Projeto Ovis”, que visa integrar ovelhas em diversas etapas do ciclo do vinhedo. Além do controle de plantas daninhas, as ovelhas auxiliam no manejo da erosão, na prevenção de incêndios e até mesmo na poda das videiras.
Angie Shannon explica que a movimentação das ovelhas ajuda a prevenir a erosão, criando microterraços no solo. Essa prática resgata métodos tradicionais de pastoreio, onde os rebanhos eram guiados por campos e terraços para fornecer fertilidade e mão de obra, uma tradição que antecede o uso de maquinário moderno.
Com décadas de experiência em ovinocultura, Robert Irwin, fundador da Kaos Sheep Outfit, defende o retorno dos animais à terra para restaurar os ciclos naturais. Ele destaca que as ovelhas são verdadeiras máquinas de compostagem, fertilizando o solo enquanto pastam.
A equipe do vinhedo Shannon expandiu seu programa para incluir milhares de ovelhas, implementando um sistema de rotação sazonal. O tempo preciso, a proteção e o bem-estar dos animais são prioridades, com as ovelhas sendo movidas entre áreas conforme a estação e o ciclo da colheita.
Além do inverno, a equipe de Shannon utiliza as ovelhas para tarefas específicas durante a estação de crescimento. Angie Shannon relata que, durante a estação de desbrota, as ovelhas são utilizadas por algumas semanas antes que as videiras avancem, realizando a desbrota de forma natural.
A utilização de ovelhas pode reduzir significativamente os custos de mão de obra, que em alguns vinhedos podem chegar a centenas de dólares por área. Robert Irwin, da Kaos Sheep Outfit, enfatiza que o uso de ovelhas treinadas para comer os brotos, mas não a fruta, pode diminuir drasticamente a necessidade de mão de obra e o uso de equipamentos.
As ovelhas contribuem para um sistema de ciclo fechado, promovendo a fertilidade, a aeração e a adição de matéria orgânica ao solo, substituindo a necessidade de fertilizantes e aração mecânica. O resultado é um solo de vinhedo vivo e pulsante.
Robert Irwin compartilha que a matéria orgânica do solo dobrou em algumas áreas desde o início do pastoreio, com melhorias na vida microbiana, nas estruturas radiculares e no teor de carbono. Ele acredita que um solo rico em micróbios e raízes profundas contribui para a produção de um vinho de melhor qualidade.
Irwin considera que o modelo é escalável e pode ser adotado por produtores convencionais que buscam reduzir os custos de insumos. No entanto, ele ressalta que o sistema só funciona quando os animais prosperam, com altos padrões de bem-estar animal, como pastoreio rotacionado, cães de guarda, sombra, água e um ciclo de vida completo no pasto.
Angie Shannon conclui que, para os viticultores que buscam sabor através da ovinocultura, é fundamental ouvir a terra e, por vezes, as próprias ovelhas. Essa abordagem integra práticas antigas e inovadoras, resultando em solos mais saudáveis, videiras mais resistentes e frutos mais expressivos.
Via Forbes Brasil
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