Após ser cogitado para um possível cargo no governo Lula (PT), o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) se encontrou com o presidente em Brasília para comunicar sua decisão de permanecer no Senado pelos próximos dois anos. A reunião, que aconteceu no Palácio da Alvorada, selou o futuro do senador, que pretende focar em seu mandato e em projetos legislativos.
O encontro entre Lula e Pacheco descarta ministério, também contou com a presença do atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), um importante aliado do senador mineiro. Durante o almoço, Lula expressou seu interesse em saber quais eram os planos de Pacheco para os próximos anos, abrindo espaço para a discussão sobre sua possível participação no governo.
Pacheco, por sua vez, manifestou seu desejo de continuar no Senado, atuando como um apoiador do governo Lula e dedicando-se à apresentação e relatoria de projetos que considera cruciais. Um dos projetos prioritários para o senador é a atualização do Código Civil, uma proposta de sua autoria que busca modernizar a legislação brasileira.
De acordo com relatos, Lula aceitou a decisão de Pacheco, demonstrando compreensão quanto aos seus objetivos no Senado. Essa foi a primeira conversa entre os dois desde que Pacheco deixou a presidência do Senado, após um período de descanso nos Estados Unidos.
A possível ida de Pacheco para o governo Lula era vista como estratégica, considerando a importância do senador como aliado nos dois primeiros anos de governo e seu peso político em Minas Gerais, um estado fundamental para as eleições presidenciais. As discussões sobre essa possibilidade vinham ocorrendo desde abril do ano anterior, intensificando-se com as negociações para uma reforma ministerial.
Além da vontade de Pacheco de seguir no Senado, as incertezas sobre as mudanças na equipe de Lula também contribuíram para sua decisão de não assumir um ministério. Especulava-se que ele poderia ocupar pastas como a do Ministério da Justiça ou do Desenvolvimento, atualmente lideradas por Ricardo Lewandowski e Geraldo Alckmin, respectivamente.
Durante o encontro no Alvorada, Lula reforçou seu desejo de que Pacheco se candidate ao governo de Minas Gerais em 2026, com o apoio do governo federal. O objetivo seria fortalecer o nome do senador para representar a aliança governista nas urnas, pavimentando o caminho para uma possível reeleição de Lula à Presidência.
Apesar do incentivo de Lula, Pacheco tem demonstrado resistência a essa ideia. Segundo aliados, o senador já teria decidido não concorrer à reeleição para o Senado, mas ainda não definiu se disputará outro cargo em 2026. No encontro com o presidente, Pacheco se comprometeu a analisar a possibilidade de concorrer ao governo de Minas, focando, por ora, em construir alianças no estado para fortalecer o nome de Lula.
A reforma ministerial planejada por Lula segue em compasso de espera. O presidente já realizou mudanças na Secretaria de Comunicação, no Ministério da Saúde e na Secretaria de Relações Institucionais, demonstrando sua intenção de promover ajustes em sua equipe.
Embora tenha optado por permanecer no Senado, a decisão de Pacheco descarta ministério, não elimina a possibilidade de futuras parcerias e alianças com o governo Lula, especialmente em projetos de interesse para Minas Gerais e para o país como um todo. A relação entre os dois líderes políticos continua sendo vista como importante para a governabilidade e para a implementação de políticas públicas.
