Bradesco classifica Klabin como ‘top pick’ após alta
Após um recuo de 20% nas ações da Klabin enquanto o Ibovespa registrava alta de 16%, o Bradesco sinaliza uma oportunidade de compra, considerando a ação “subvalorizada e esquecida”. O banco elevou a recomendação para “compra”, com um novo preço-alvo de R$ 25, representando um potencial de valorização de 36% sobre o valor de fechamento recente.
A análise do Bradesco indica que a ação da Klabin pode se beneficiar da esperada recuperação dos preços da celulose no quarto trimestre. A equipe de análise desafia a visão de que a Klabin deva ser avaliada unicamente como exportadora. As vendas domésticas de papel e embalagens respondem por aproximadamente metade do EBITDA anual da empresa.
Essa composição de receita sugere que a Klabin pode se beneficiar de uma mudança de foco para ações com maior exposição ao mercado interno, reduzindo sua vulnerabilidade às flutuações cambiais em comparação com seus concorrentes.
Uma valorização de R$ 0,10 do real frente ao dólar teria um impacto limitado de 1% no EBITDA da Klabin para o ano fiscal de 2025. Em contrapartida, a Suzano estaria sujeita a uma variação de aproximadamente 3% no seu EBITDA anual, segundo o Bradesco. A projeção do banco é que o real se estabilize em R$ 5,50 nos anos de 2025 e 2026.
Além das perspectivas macroeconômicas favoráveis, a equipe de análise do Bradesco identifica fatores microeconômicos que sustentam a recomendação de Klabin como top pick.
A Klabin se destaca pela diversificação de seus negócios. O segmento de papéis se mantém estável devido à demanda por kraftliner, enquanto o setor de embalagens apresenta resiliência nos preços e volumes. No mercado de celulose, a exposição à Europa e à fibra fluff atenua os impactos das pressões de preços na China, de acordo com os analistas.
O banco projeta um crescimento contínuo nos volumes da Klabin, estimando um EBITDA de R$ 8,5 bilhões para este ano e R$ 9,9 bilhões para o próximo. Essa projeção resulta em um múltiplo EV/EBITDA de 6,4x em 2025 e 5,2x em 2026, abaixo da média histórica de 8,4x, o que representa uma “assimetria atrativa”.
A geração de fluxo de caixa livre também deve apresentar um aumento, com yields entre 9% e 16% nos próximos dois anos. Para o segundo trimestre, o Bradesco antecipa um crescimento de 2% no EBITDA da Klabin em relação ao ano anterior, atingindo R$ 2,1 bilhões, impulsionado por resultados sequenciais mais robustos em todos os segmentos.
Adicionalmente, o Bradesco ressalta que o processo de desalavancagem da Klabin está em andamento. A empresa busca reduzir sua dívida líquida/EBITDA de 3,9x para 2,5x até o final do próximo ano, com a expectativa de pagar R$ 1,2 bilhão e R$ 1,4 bilhão em dividendos em 2025 e 2026, resultando em dividend yields de 5% e 6%. Atualmente, o valor de mercado da Klabin na Bolsa é de R$ 23 bilhões.
Via Brazil Journal