A relação entre a Venezuela e o tráfico de drogas ganhou destaque após os EUA intensificarem suas operações. O governo americano alega que a Venezuela é um ponto crítico para o contrabando de cocaína, especialmente da Colômbia. Essa situação gerou tensões entre os países e levantou diversas questões sobre o real envolvimento da Venezuela nesse comércio ilícito.
Recentemente, autoridades dos EUA afirmaram que a cocaína proveniente da Venezuela está ligada ao aumento de mortes por overdose. Contrapôs-se a isso a declaração do governo venezuelano, que nega essas acusações, sugerindo que as informações divulgadas seriam fabricadas. Essa disputa evidencia a complexidade do narcotráfico na região e o papel dos governos envolvidos.
Além disso, o envolvimento de figuras políticas e militares, como o presidente Maduro, nas acusações de narcotráfico complicam ainda mais a situação. A fragilidade das instituições e as conturbadas relações internacionais tornam o combate ao tráfico de drogas um desafio que exige colaboração e soluções eficazes.
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A relação entre a Venezuela e o tráfico de drogas na Venezuela tem sido objeto de crescente atenção internacional. Recentemente, os Estados Unidos intensificaram sua presença militar nas proximidades das águas venezuelanas, alegando que essa ação visa combater o fluxo de drogas do país sul-americano para os EUA. Essa movimentação gerou tensões e levanta questões sobre o real papel da Venezuela no comércio ilícito de entorpecentes.
Em um desenvolvimento recente, o então presidente Donald Trump declarou que as forças americanas realizaram um ataque a uma embarcação no sul do Caribe, resultando na morte de 11 indivíduos que supostamente transportavam drogas da Venezuela. O governo venezuelano, por sua vez, contestou essa alegação, sugerindo que o vídeo divulgado por Trump seria uma montagem criada com inteligência artificial. As autoridades dos EUA afirmam que a cocaína venezuelana contribui para o aumento de mortes por overdose no país, frequentemente misturada com fentanil, e acusam o presidente Nicolás Maduro de liderar um cartel de narcóticos.
A Venezuela, embora não seja um grande produtor de cocaína, serve como um ponto de trânsito estratégico para a droga. Sua extensa fronteira com a Colômbia, o maior produtor mundial de cocaína, e sua vasta costa facilitam o acesso dos traficantes aos mercados globais. A fragilidade das instituições estatais e a corrupção generalizada também contribuem para a consolidação desse comércio. Acusações dos EUA e documentos vazados da Colômbia apontam para o envolvimento das forças de segurança venezuelanas no controle de carregamentos de drogas avaliados em bilhões de dólares.
Estimativas dos EUA indicam que, em 2020, entre 200 e 250 toneladas métricas de cocaína passaram anualmente pela Venezuela, representando cerca de 10% a 13% do fornecimento global. Outros países, como a Guatemala, desempenham um papel ainda maior no transporte da cocaína. Ao contrário dos cartéis mexicanos, as gangues venezuelanas dependem mais da extorsão local do que do tráfico de drogas para gerar renda, de acordo com David A. Smilde, sociólogo da Universidade Tulane.
No que diz respeito ao fentanil, a Venezuela não parece ter um papel significativo em seu comércio. O fentanil é quase totalmente produzido no México, com produtos químicos importados da China. Não há evidências que sugiram que o fentanil seja fabricado ou traficado da Venezuela ou de qualquer outro lugar da América do Sul. A mistura de cocaína com traços de fentanil, que ocorre nos EUA, acontece no México ou dentro dos EUA, não na América do Sul.
Promotores americanos acusam o presidente venezuelano de liderar o Cartel de los Soles, uma rede de elites militares e políticas que lucram com o contrabando de drogas e outros negócios ilícitos. Em 2020, o Departamento de Justiça acusou Maduro e 14 cúmplices de conspirar com grupos armados colombianos para enviar cocaína aos EUA. Essas acusações permanecem sem comprovação, mas analistas sugerem que receitas ilícitas sustentam o governo de Maduro, fluindo para seu círculo íntimo, incluindo forças armadas e elites partidárias.
Especialistas afirmam que o Cartel de los Soles não é um cartel convencional, mas sim uma forma de descrever o sistema de patronagem criminal da Venezuela. A expressão refere-se ao símbolo do sol usado por generais venezuelanos implicados no tráfico. Autoridades venezuelanas têm ligações com grupos armados colombianos envolvidos com cocaína, como as FARC e o ELN. A procuradora-geral Pam Bondi anunciou uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão de Maduro, descrevendo-o como um dos maiores narcotraficantes do mundo.
O reforço naval dos EUA provavelmente não terá um impacto significativo no contrabando de cocaína, uma vez que a maior parte da droga destinada aos EUA passa pelo Pacífico, não pelo Caribe. As rotas da cocaína são difusas e resilientes, e os EUA têm falhado em interrompê-las, apesar de décadas de esforços e bilhões de dólares investidos. Analistas sugerem que o deslocamento militar é mais uma demonstração de força do que uma estratégia antidrogas. A medida também pode ter um viés político interno, visando agradar eleitores venezuelanos e cubanos no sul da Flórida.
Diante desse cenário complexo, é essencial analisar o tráfico de drogas na Venezuela sob diversas perspectivas, considerando tanto o papel do país como ponto de trânsito quanto as acusações de envolvimento de altos funcionários do governo. A colaboração internacional e o fortalecimento das instituições venezuelanas são cruciais para combater o tráfico de drogas na Venezuela e seus impactos negativos na região e no mundo.
Via InfoMoney
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