No Espírito Santo, o cenário político para 2026 ferve com a reaproximação de partidos de direita. Após um período de atritos, PL e Republicanos sinalizam uma aliança estratégica para a Frente eleitoral ES 2026. Este movimento visa a oposição ao grupo político do atual governador Renato Casagrande. A reaproximação, ainda que incipiente, é vista com otimismo por alguns membros do Republicanos.
O PL, liderado pelo senador Magno Malta, e o Republicanos, sob a presidência de Erick Musso, compartilham pautas semelhantes. Ambos os partidos representam uma direita com tendências liberais na economia e conservadoras nos costumes. Apesar disso, divergências entre as lideranças marcaram as eleições municipais de 2024.
Na época, Magno Malta adotou uma postura de isolamento, vetando alianças com o Republicanos e outros partidos. Em contrapartida, o Republicanos, sob a liderança de Erick Musso, buscou ampliar suas alianças, estratégia que resultou em maior sucesso nas urnas. A legenda elegeu oito prefeitos, incluindo Lorenzo Pazolini, em Vitória. Já o PL conquistou apenas cinco prefeituras, em municípios menores.
Visando a Frente eleitoral ES 2026, a situação se modifica. O Republicanos aposta na união com o PL e o PSD, partido para o qual o ex-governador Paulo Hartung deve migrar em abril, para fortalecer a oposição a Casagrande. A aproximação entre PL e Republicanos começou com uma troca de mensagens no final de 2024. Desde então, diversos encontros entre membros dos dois partidos reforçam a possibilidade de uma aliança.
Erick Musso recebeu deputados do PL em seu gabinete na Prefeitura de Vitória, onde atua como secretário de Governo de Pazolini. Além disso, encontros informais, como um café com o deputado federal Gilvan da Federal (PL), e conversas telefônicas com outros membros do PL demonstram a tentativa de reaproximação. Em mais um gesto concreto, Pazolini nomeou dois assessores do Coronel Alexandre Ramalho (PL) para cargos na Prefeitura de Vitória.
O Republicanos também busca o diálogo com outros partidos de centro-direita, como União Brasil, PP e Podemos, atualmente alinhados com Casagrande. A expectativa é de que a definição do candidato à sucessão de Casagrande influencie o posicionamento desses partidos. O nome mais forte no momento é o vice-governador, Ricardo Ferraço (MDB). Contudo, o Republicanos já articula a candidatura de Pazolini ao governo estadual.
Há ainda especulações sobre o futuro político de outras figuras, como Sérgio Meneguelli, convidado pelo PSD para se candidatar ao Senado, e Amaro Neto, cujo futuro na Câmara dos Deputados ou na Assembleia Legislativa permanece incerto. Por fim, apesar de especulações, um possível retorno de Aridelmo Teixeira (NOVO) à Secretaria da Fazenda de Vitória foi descartado.
As movimentações políticas no Espírito Santo indicam um cenário complexo para a Frente eleitoral ES 2026. A possível aliança entre PL e Republicanos, apesar dos desafios, pode reconfigurar o jogo político e apresentar uma forte oposição ao governador Casagrande. A formação de uma frente de direita ampla e sua composição final ainda dependem de negociações e articulações políticas que devem se intensificar nos próximos meses.