No último sábado, o prefeito de Vitória, Anistia para Pazolini, Lorenzo Pazolini (Republicanos), causou ao defender publicamente uma “anistia humanitária” e a “pacificação do Brasil” em suas redes sociais, criticando o que considera “desproporção das penas” aplicadas pela justiça. A declaração gerou debates e reacendeu a discussão sobre os atos de 8 de janeiro.
Apesar de não mencionar um caso específico, a publicação de Pazolini faz alusão à anistia de pessoas presas e condenadas pelos atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. O Supremo Tribunal Federal (STF) já iniciou 1.586 ações penais, resultando em diversas condenações e prisões.
Em sua postagem, Pazolini questiona a proporcionalidade das penas, argumentando que o sistema jurídico deve buscar equilíbrio e pacificação social. Ele defende que crimes de menor potencial ofensivo não podem receber punições maiores do que crimes contra a vida e corrupção.
Na imagem que acompanha a publicação, destaca-se a estátua da deusa da Justiça e um batom, em referência à cabeleireira Débora Rodrigues, que ficou conhecida por pichar a frase “Perdeu, mané” na escultura da Justiça no STF usando um batom.
A manifestação de Pazolini gerou grande repercussão, especialmente por se tratar de um tema polêmico e por destoar de sua postura anterior de evitar controvérsias nacionais. No passado, Pazolini recebeu apoio de figuras do bolsonarismo, mas manteve distância da imagem do ex-presidente.
Agora, o prefeito parece adotar uma postura mais alinhada com a pauta da anistia total aos presos e condenados pelos atos de 8 de janeiro, que é uma das principais bandeiras do bolsonarismo atualmente. Essa mudança de posicionamento levanta questionamentos sobre as motivações políticas por trás da declaração.
Essa súbita defesa de anistia para Pazolini levanta questões sobre suas ambições políticas, especialmente em relação às eleições de 2026, onde é cotado como pré-candidato ao governo. A busca por alianças e o aceno ao eleitorado conservador podem estar por trás dessa nova postura.
Ao defender a anistia para Pazolini, o prefeito pode estar buscando o apoio do PL, partido de Bolsonaro, e tentando atrair o eleitorado de direita e extrema-direita. A estratégia seria centralizar os votos desse espectro político e garantir uma base sólida para sua candidatura.
É importante considerar que essa estratégia também apresenta riscos. Pazolini pode perder o apoio de eleitores mais moderados, que não concordam com a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Além disso, sua postura como ex-delegado da Polícia Civil pode ser questionada, já que a anistia não costuma ser uma prática comum nessa área.
Atualmente, existem projetos em tramitação na Câmara Federal sobre a anistia, como o PL 2858/2022, do deputado Major Vitor Hugo (PL-GO), que busca perdoar todos os atos praticados após o segundo turno de 2022. A base bolsonarista no Congresso pressiona para que o tema seja debatido, mas ainda não há previsão de quando isso ocorrerá.
Recentemente, o apoio à anistia foi o tema central de uma manifestação convocada por Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo, demonstrando a força e a importância desse tema para seus seguidores. É fundamental acompanhar os próximos desdobramentos dessa questão e seus impactos na política nacional e local.