Pesquisa Datafolha mostra aumento de brasileiros que não enxergam riscos nas mudanças climáticas

Número de brasileiros que não veem perigo nas mudanças climáticas cresce, segundo pesquisa Datafolha. Entenda os dados.
02/05/2025 às 14:18 | Atualizado há 3 meses
Mudanças climáticas no Brasil
Preocupação com 2024 diminui, mas ameaças ainda são percebidas. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

Os resultados de uma recente pesquisa Datafolha revelam um aumento na parcela de brasileiros que minimizam os riscos associados às Mudanças climáticas no Brasil. O levantamento, divulgado em abril de 2025, indica que 9% dos entrevistados não consideram as mudanças climáticas um risco, um aumento significativo em relação aos 5% registrados em junho de 2024. Este crescimento sinaliza uma tendência de ceticismo em relação ao aquecimento global.

Apesar do aumento no número de céticos, a maioria dos brasileiros ainda reconhece a realidade das mudanças climáticas. De acordo com a pesquisa, 53% dos entrevistados acreditam que os perigos são imediatos, enquanto 35% preveem que os impactos afetarão as futuras gerações. No total, 88% da população percebe algum nível de risco, embora esse número seja menor do que os 94% registrados em junho de 2024.

O estudo do Datafolha ouviu 2.002 pessoas com 16 anos ou mais, em 113 municípios de todas as regiões do país, entre 8 e 11 de abril de 2025. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%. A pesquisa também revela variações na percepção de risco entre diferentes regiões e grupos demográficos.

Nas regiões Sul e Sudeste, a preocupação com os riscos climáticos imediatos é maior, com 57% e 56% dos entrevistados, respectivamente, manifestando essa percepção. No Centro-Oeste e Norte, esse número diminui para 50%, e no Nordeste, é ainda menor, atingindo 49%. Moradores de regiões metropolitanas (59%) também se mostram mais preocupados do que os do interior (49%).

Especialistas apontam que o acesso à informação, a escolaridade e as experiências diretas com eventos climáticos extremos, como enchentes, queimadas e secas, são fatores que influenciam a percepção de risco. O conservadorismo, mais presente no interior, tem sido associado a uma crescente resistência à agenda climática, o que pode explicar a variação nos dados.

Apesar do aumento no ceticismo, a pesquisa Datafolha indica que a preocupação ambiental permanece predominante no Brasil. Analistas destacam que o dado mais relevante é a manutenção de uma ampla maioria que reconhece os impactos das mudanças climáticas, seja no presente ou no futuro.

A polarização em torno da agenda ambiental no Brasil também ocorre em um contexto internacional de incertezas. O possível retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos tem gerado preocupações entre ambientalistas, o que pode influenciar a percepção pública sobre o tema e fortalecer correntes céticas no debate doméstico.

Via InfoMoney

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