Pesquisadores desvendam os segredos de sobrevivência do inseto nativo da Antártica

Inseto nativo da Antártica: Desvende os segredos de sobrevivência do Belgica antarctica em um dos lugares mais inóspitos do mundo. Saiba mais!
15/02/2025 às 18:34 | Atualizado há 4 meses
Inseto nativo da Antártica
Inseto nativo da Antártica

Em um dos lugares mais inóspitos do planeta, onde o frio predomina, existe uma criatura que desafia as baixas temperaturas. O inseto nativo da Antártica, conhecido como Belgica antarctica, é o único inseto que consegue sobreviver e prosperar nesse ambiente extremo. Descoberto no século XIX, esse pequeno ser é objeto de estudo para entender como a vida se adapta em condições tão adversas.

O Belgica antarctica é um mosquito sem asas, pertencente à ordem Diptera, a mesma das moscas e pernilongos. Acredita-se que a ausência de asas seja uma adaptação evolutiva para evitar que o vento o arraste para áreas ainda mais inóspitas. Sua vida, desde a fase larval até a adulta, se desenrola em terra, resistindo a temperaturas que podem chegar a -15 °C, letais para outros insetos.

Pesquisadores da Universidade Metropolitana de Osaka investigaram os segredos de sobrevivência do B. antarctica, publicando suas descobertas na revista Scientific Reports. O ciclo de vida desse inseto se estende por dois anos, passando a maior parte desse tempo em estágio larval. No primeiro ano, a larva entra em um estado de dormência como resposta às condições climáticas desfavoráveis, despertando rapidamente quando o clima melhora para continuar seu desenvolvimento.

No segundo ano, o B. antarctica entra em um estado de diapausa obrigatória, aguardando o verão para emergir como adulto. Esse despertar sincronizado faz com que todos os mosquitos atinjam a idade adulta na mesma época. A vida adulta desses insetos é breve, dedicando-se à reprodução. As fêmeas morrem após a primeira postura de ovos, enquanto os machos podem acasalar múltiplas vezes.

A combinação dessas estratégias de sobrevivência, embora não exclusiva, destaca a singularidade do inseto nativo da Antártica. Pesquisadores sugerem que outros insetos em ambientes extremos, como o Ártico, podem usar mecanismos similares. Durante seis anos, os cientistas mantiveram espécimes em laboratório para estudar seu desenvolvimento sob diferentes condições.

Apesar de sua notável adaptação, o B. antarctica enfrenta ameaças devido às mudanças climáticas. Suas larvas não sobrevivem a temperaturas acima de 10°C por mais de uma semana, e a exposição a 30°C pode ser fatal em poucas horas, elevando o risco de extinção dessa espécie única.

Via Superinteressante

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