A Petrobras busca aumentar sua influência na Braskem, a maior petroquímica da América Latina, controlada pela Novonor. A estatal, que detém 47% das ações com direito a voto, considera sua participação na governança da companhia desproporcional. Três fontes próximas à Petrobras informaram à Reuters, sob condição de anonimato, sobre a insatisfação da empresa.
A Petrobras almeja ampliar sua presença nas decisões da Braskem, indicando atualmente apenas um dos sete diretores e ocupando quatro das 11 cadeiras no conselho de administração. A empresa busca, portanto, maior envolvimento na operação da companhia, independentemente de quem seja o futuro sócio controlador. A estratégia da Petrobras é reforçar sua presença através de um novo Acordo de acionistas da Braskem, com mais representantes em cargos executivos.
Fontes indicam que a Petrobras não tem planos de aumentar sua participação acionária na Braskem neste momento. A empresa acredita que o redesenho do Acordo de acionistas da Braskem é fundamental para melhorar o desempenho da Braskem. Com maior voz, a Petrobras poderá contribuir ativamente para os desafios da transição energética.
A movimentação da Petrobras ocorre em meio à proposta não vinculante do fundo Petroquímica Verde, ligado ao empresário Nelson Tanure, para adquirir a fatia da Novonor. O fundo já celebrou um acordo de exclusividade para negociar os termos da possível transação. Uma das fontes comparou a situação da Petrobras na Braskem com a da Eletrobras, onde o governo federal ampliou seu poder de voto após a privatização da companhia.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a iniciativa de Tanure “vem na direção correta” e que a situação societária da Braskem precisa ser resolvida. A Novonor tenta vender sua participação na Braskem há anos, mas nenhum negócio avançou. A venda é acompanhada de perto pelos bancos credores da Novonor, pois parte das ações da petroquímica está em garantia de dívidas de cerca de R$ 15 bilhões.
A busca por um novo Acordo de acionistas da Braskem reflete a determinação da Petrobras em ter um papel mais ativo na gestão da empresa, buscando alinhar a governança com sua relevância estratégica e expertise no setor.
Via InvestNews