Por que o Podemos Espírito Santo já não é mais a escolha de Arnaldinho e Gilson Daniel?

Podemos Espírito Santo: entenda a crise interna que ameaça o partido e o futuro de seus líderes, Gilson Daniel e Arnaldinho Borgo. Saiba mais!
19/03/2025 às 22:22 | Atualizado há 3 meses
Podemos Espírito Santo
Podemos se destaca como forte opção nas eleições do Espírito Santo em 2024. (Imagem/Reprodução: Eshoje)

O partido Podemos Espírito Santo surge como um dos principais alvos nas próximas eleições. Com uma trajetória marcada pela conquista de 11 prefeituras e representatividade tanto na bancada federal quanto na Assembleia Legislativa, a sigla de centro-centro-direita demonstra forte influência municipalista.

No entanto, o partido enfrenta um dilema: a coexistência de duas lideranças de peso, o deputado federal Gilson Daniel e o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo. As ambições de ambos para 2026 revelam que o espaço no Podemos Espírito Santo pode ser insuficiente para ambos.

Gilson Daniel tem focado em iniciativas municipalistas desde o início de seu mandato. Enquanto isso, Arnaldinho Borgo ascendeu a um novo patamar após sua expressiva reeleição em Vila Velha.

A ida de Arnaldinho a Brasília, demonstra suas aspirações de alçar voos mais altos, mirando o governo do estado ou o Congresso em um futuro próximo. Dominar um partido significa ter poder de decisão. Arnaldinho já vivenciou isso ao montar chapas de candidatos a vereadores. Caso permaneça no Podemos Espírito Santo, o comando poderia migrar para o deputado federal Dr. Victor Linhalis.

Para Gilson Daniel, deter esse poder é igualmente importante, permitindo-lhe agregar forças para uma possível reeleição à Câmara ou outras ambições. Atualmente, o deputado federal flerta com o grupo do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos).

Diante do cenário, o Podemos Espírito Santo parece ter se tornado pequeno para Gilson e Arnaldinho. Embora um acordo possa surgir, a possibilidade de um deles buscar novos horizontes é grande.

Arnaldinho Borgo já recebeu convites do Progressistas e do União Brasil para uma possível mudança partidária caso Gilson permaneça no comando. Ambos os partidos são aliados da gestão de Renato Casagrande (PSB), embora o Progressistas também esteja ligado à gestão de Pazolini.

Caso Gilson opte por deixar o Podemos Espírito Santo, diversos partidos de centro-direita e direita estariam dispostos a acolhê-lo, o que poderia gerar um possível afastamento do grupo de Casagrande.

A disputa interna no Podemos Espírito Santo poderá desencadear mudanças significativas no cenário político capixaba, reconfigurando alianças e estratégias para as próximas eleições.

Nos bastidores da política capixaba, outros movimentos também ganham destaque, como a criação de novos cargos na Assembleia Legislativa, resultado de um compromisso de reeleição do presidente Marcelo Santos (União Brasil).

Além disso, a agenda do governador Renato Casagrande em Linhares foi vista como uma estratégia para fortalecer o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB). Ferraço, em seu discurso, ressaltou a importância do governo em facilitar o acesso da população aos serviços.

Enquanto isso, a corrida promovida por Casagrande e Arnaldinho Borgo teve suas inscrições esgotadas em tempo recorde, evidenciando o sucesso de público. Paralelamente, a prefeitura de Vitória tem dado mais espaço ao secretário de Governo, Erick Musso (Republicanos), que almeja uma vaga na Câmara dos Deputados.

A nova identidade visual do secretário de Desenvolvimento, Sergio Vidigal (PDT), com as cores da bandeira do Brasil, também chamou a atenção. Por fim, a condenação do deputado federal Gilvan da Federal (PL), em ação movida pela deputada estadual Camila Valadão (Psol), ganhou repercussão nacional.

O futuro do Podemos Espírito Santo e seus líderes permanece incerto, mas uma coisa é clara: as decisões tomadas nos próximos meses terão um impacto profundo no cenário político do estado.

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.