Polícia Federal realiza busca na gestora Reag em São Paulo

Polícia Federal faz buscas na Reag e investiga crime organizado no setor de combustíveis. Veja os detalhes.
28/08/2025 às 11:42 | Atualizado há 2 semanas
Operação Carbono Oculto
Operação nacional visa desmantelar fraude de combustíveis e lavagem de dinheiro pelo PCC. (Imagem/Reprodução: Investnews)

A Polícia Federal realizou uma busca na Reag, uma das maiores gestoras independentes do Brasil, nesta quinta-feira (28). A ação está relacionada à investigação da atuação do crime organizado no setor de combustíveis, com foco na chamada “Operação Carbono Oculto”.

O mercado já estava apreensivo com as investigações, pois lideranças do setor, como Rubens Ometto da Raízen, expressaram preocupações sobre a presença do crime organizado em postos de combustíveis. A operação está sendo realizada em diversos estados, com cumprimento de mandados de busca e apreensão em 350 alvos.

A Reag, que possui R$ 299 bilhões sob gestão, destaca-se por seu compromisso com altos padrões de governança. A operação visa desmantelar esquemas de lavagem de dinheiro que se utilizam de fundos de investimento para ocultar patrimônio ilícito e responsabilizar os envolvidos.
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A quinta-feira (28) começou agitada na Faria Lima com a chegada da Polícia Federal à Reag, uma das maiores gestoras independentes do país. A ação faz parte da investigação sobre a possível infiltração do crime organizado no setor de combustíveis. A gestora divulgou um comunicado informando que está colaborando com as autoridades na Operação Carbono Oculto.

A investigação da PF, em conjunto com a Receita Federal, era algo que o mercado não esperava. Empresários já haviam manifestado preocupação com a atuação do crime organizado nos postos de combustíveis. Rubens Ometto, da Raízen (dona dos postos Shell), é uma das vozes que tem alertado sobre essa situação.

Ometto chegou a declarar que o crime organizado já possuía mais de mil postos e havia adquirido usinas de etanol. Em entrevista, ele mencionou a perda de market share das grandes distribuidoras devido à concorrência desleal de combustíveis clandestinos.

A Operação Carbono Oculto cumpriu mandados de busca e apreensão em cerca de 350 alvos, incluindo pessoas físicas e jurídicas em diversos estados. As ações ocorreram em São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

A Reag, que está entre os alvos da Operação Carbono Oculto, é a única gestora listada na B3, com R$ 299 bilhões sob gestão. A empresa possui o selo do Novo Mercado, o que exige altos padrões de governança e transparência. Além de fundos abertos, a Reag também atua em gestão de patrimônio.

Fundada em 2012 por João Carlos Mansur, a Reag é conhecida por aquisições agressivas, como as gestoras Quasar e Empírica. No setor de wealth management, adquiriu escritórios como Berkana Investimentos e Hieron Patrimônio Familiar.

Além da Reag, outras instituições estão sendo investigadas na Operação Carbono Oculto, incluindo instituições de pagamento e gestoras. Entre elas, estão BK Pagamentos, Bankrow, Trustee Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, Altinvest Gestão de Administração de Recursos de Terceiros, BFL Administração de Recursos e Banco Genial.

A lista continua com Actual Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliário, Ello Gestora de Recursos, Libertas Asset, Banvox Distribuidora de Títulos e Valores, Zeus Fundo de Investimento em Direitos Creditórios, Brazil Special Opportunities e Celebration Fundo de Investimento em Participação Multiestratégia.

Segundo a Polícia Federal, a investigação da Operação Carbono Oculto revelou um esquema de uso de fundos de investimento para ocultar patrimônio ilícito, com ligações a facções criminosas. A estrutura operava em várias camadas societárias e financeiras, dificultando a identificação dos beneficiários e visando a blindagem patrimonial.

As estratégias utilizadas incluíam transações simuladas de compra e venda de ativos entre empresas do mesmo grupo, sem propósito econômico real. A investigação continua para apurar todas as ramificações do esquema e identificar os responsáveis.

O objetivo principal da Operação Carbono Oculto é desmantelar o esquema de lavagem de dinheiro e responsabilizar os envolvidos. As autoridades seguem analisando documentos e dados apreendidos para entender a extensão da infiltração do crime organizado no setor de combustíveis e financeiro.

Via InvestNews

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Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.