O Carnaval de Vitória deste ano tomou um rumo inesperado, com discussões políticas ofuscando o brilho dos desfiles que celebravam temas como infância, São Jorge e a obra de Sebastião Salgado. A disputa entre o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, e o governador do estado, Renato Casagrande, somada a outras questões, elevou a politização do evento.
O deputado Lucas Polese questionou os recursos destinados à escola de samba Boa Vista, devido a uma ala que representava o Movimento dos Sem Terra (MST), gerando reações, inclusive do prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio. Ele repudiou o que chamou de homenagem ao MST, afirmando que o movimento é criminoso, e declarou que não fará mais repasses à escola.
As discordâncias são parte da política e da democracia, mas o momento escolhido para as manifestações e um certo atraso nas reações acabaram por desviar a atenção da celebração. O Carnaval de Vitória representa uma importante agenda cultural e econômica para a região, atraindo recursos, fomentando o turismo e gerando empregos.
A representação do MST nas alas da Boa Vista pode ser vista como parte da trajetória do fotógrafo Sebastião Salgado, cujos registros incluem o movimento. A manifestação do prefeito Euclério Sampaio, embora compreensível dentro do cenário político, contribuiu para diminuir o brilho do espetáculo.
Ainda sobre o cenário político, comenta-se nos bastidores da Polícia Militar que a polêmica envolvendo o coronel Sérgio Anechini pode afetar suas chances de se tornar comandante-geral, apesar de ser um dos favoritos para substituir o coronel Douglas Caus. A decisão final cabe ao governador, que costuma avaliar o consenso dentro do alto comando.
Em outra frente, o evento do projeto ES 500 Anos, que contou com a assinatura de um pacto e a presença do governador Renato Casagrande, movimentou a classe política. A Assembleia Legislativa também votou pautas importantes para o Poder Executivo antes do Carnaval de Vitória, incluindo a doação de um imóvel para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE) e a política de fomento à tecnologia no setor agropecuário.
Muitos políticos aproveitarão o período do Carnaval de Vitória para viagens e articulações com foco nas eleições do próximo ano. O presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos, é visto como alguém que se destacou ao firmar o termo de cooperação contra a desinformação entre os Três Poderes.
Regis Mattos Teixeira acumulará novamente funções na prefeitura de Vitória, respondendo interinamente pela pasta da Fazenda após a saída de Neyla Tardin, que, por sua vez, deixou o cargo para assumir uma posição na Unimed Vitória com um salário maior. Erick Musso, presidente estadual do Republicanos, se encontrou com Roberto Carneiro, do partido em São Paulo, durante uma agenda em Brasília.
Uma pesquisa da Genial/Quaest revelou um cenário desafiador para o PT, com alta na desaprovação do presidente Lula. O deputado estadual João Coser já manifesta interesse em concorrer à Câmara dos Deputados. Enquanto isso, nos bastidores, comenta-se que um político anda um tanto desatento, necessitando de lembretes para marcar presença.
O Carnaval de Vitória, em 2025, provavelmente será lembrado por esses acontecimentos que transcendem os desfiles das escolas de samba, marcando um período de intensa movimentação política e realinhamentos estratégicos.