O Polo norte magnético deslocamento continua intrigando cientistas. Sua posição exata é incerta, mudando quilômetros anualmente e impactando a navegação global. Pequenos desvios magnéticos podem causar grandes erros de localização. Mas por que isso acontece e quais as consequências?
O campo magnético terrestre se origina no interior do planeta. Correntes de ferro fundido, entre o núcleo e o manto, movimentam-se pela rotação da Terra. Essa movimentação gera correntes elétricas, criando o campo magnético com os polos norte e sul.
Como esse processo é dinâmico, o campo magnético também muda. Alterações ou diminuições nas correntes de ferro fundido, como as causadas por deslocamento de placas tectônicas, afetam a posição do polo norte magnético.
Sistemas de navegação, como GPS, aviões, navios e submarinos, dependem da localização precisa do polo. O Modelo Magnético Mundial (WMM) é essencial para essa precisão. Ele é atualizado a cada cinco anos pela agência americana NOAA e pelo Serviço Geológico Britânico (BGS).
O WMM é utilizado por diversas organizações, incluindo a OTAN, o Departamento de Defesa dos EUA e a Organização Hidrográfica Internacional. A navegação precisa tem importância estratégica, principalmente em conflitos, quando sistemas são interrompidos. Aplicativos de mapas, bússolas e GPS em smartphones se baseiam no WMM.
A versão 2025 do WMM, válida até 2029, inclui um modelo de alta resolução. Este modelo oferece maior precisão direcional. Enquanto o WMM padrão tem resolução de 3.300 km no equador, o modelo de alta resolução tem precisão de 300 km. O modelo também informa a “declinação” mundial. Essa declinação é o ângulo entre o norte magnético e o geográfico. Este ângulo varia conforme a latitude e é fundamental para navegação com bússola.
No início do século 21, o polo norte magnético estava próximo à Passagem Nordeste, no Canadá. Agora, está mais perto do polo Norte geográfico. Em 2018, cruzou a Linha Internacional de Data, rumo ao hemisfério leste. Nos últimos 20 anos, deslocou-se para a Sibéria a 50 km por ano. Há cinco anos, essa velocidade reduziu para 35 km por ano. William Brown, do BGS, afirma ser a maior desaceleração já vista.
A intensidade do campo magnético terrestre é mais importante para a vida na Terra do que a localização exata dos polos. O campo enfraqueceu 10% em 175 anos. Um campo magnético fraco prejudica a orientação de animais migratórios como baleias, borboletas, tartarugas e aves. Um campo forte, protege a Terra da radiação cósmica e dos ventos solares.
Com o campo magnético fraco, a camada de ozônio se reduz. Isso facilita a entrada de raios ultravioleta, principalmente nos polos. Satélites também ficam menos protegidos, podendo ser danificados por radiação e comprometendo a comunicação.
O Polo norte magnético deslocamento e o enfraquecimento do campo magnético demonstram a necessidade constante de monitoramento e atualização de modelos como o WMM. Essa atualização garante a segurança da navegação e a proteção do planeta.
Via Folha de S.Paulo