O mercado financeiro está de olho no IPCA-15 de julho de 2025, que será divulgado pelo IBGE. A expectativa é de uma alta mensal de 0,30%, um leve aumento em relação aos 0,26% de junho. No acumulado de 12 meses, espera-se um recuo para 5,26%, comparado aos 5,30% anteriores. Esses dados são cruciais para as próximas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom).
A inflação antes do Copom influencia diretamente as decisões sobre a taxa Selic. Atualmente, o índice inflacionário está acima da meta de 3,0%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual. Esse cenário pressiona a política monetária, gerando incertezas no mercado. As projeções para a Selic já incorporam a possibilidade de manutenção da taxa nos 15% ao ano.
O ambiente fiscal também pesa nas decisões. A deterioração das expectativas fiscais, com riscos na execução orçamentária e no cumprimento das metas do governo, é um fator importante. Além disso, os indicadores econômicos dos Estados Unidos no segundo trimestre de 2025 afetam a percepção sobre o cenário externo e o diferencial de juros entre Brasil e EUA.
Desde abril de 2025, o Copom sinaliza uma postura mais neutra após a interrupção dos cortes na Selic. As opções negociadas na B3 mostram uma expectativa de 96,06% de manutenção da taxa, a maior desde 2006. A curva de juros futuros indica estabilidade no curto prazo, com possíveis ajustes após maior clareza sobre a inflação, metas fiscais e conjuntura internacional.
O comportamento do câmbio e as declarações de autoridades monetárias também são monitorados de perto. A taxa de câmbio tem se mostrado volátil, refletindo tanto fatores internos quanto a aversão ao risco global. Investidores acompanham o fluxo de capitais, especialmente no segmento de renda fixa, que é sensível ao diferencial de juros entre países emergentes e os EUA.
A leitura do IPCA-15 de julho será determinante para as apostas sobre a decisão do Copom. Um resultado acima do esperado pode reforçar a manutenção da Selic, enquanto um número abaixo da mediana pode abrir espaço para reavaliação. O Copom já indicou que a política monetária dependerá da convergência da inflação para a meta.
No encerramento da semana, as perspectivas para as ações são de baixa. As cotas do Exchange Traded Fund (ETF) EWZ iShares MSCI Brazil, negociadas em Nova York, iniciam o dia com uma leve queda, após terem recuado 1,3% na terça-feira.
Os investidores devem seguir atentos aos próximos movimentos do Copom e aos indicadores econômicos que serão divulgados. A inflação antes do Copom de julho será um termômetro crucial para o futuro da política monetária brasileira.
Via Forbes Brasil