A prefeitura de São Paulo implementou o Prisômetro São Paulo, um painel que opera 24 horas por dia, exibindo em tempo real o número de prisões efetuadas por meio do Smart Sampa. Este sistema utiliza câmeras de segurança com tecnologia de reconhecimento facial para identificar suspeitos, foragidos e pessoas desaparecidas. A iniciativa, localizada na Rua XV de Novembro, em frente ao Centro de Comando do Smart Sampa, surge em meio a debates sobre a utilização do reconhecimento facial durante eventos de carnaval.
O lançamento do Prisômetro São Paulo gerou reações diversas. A Defensoria Pública, por exemplo, solicitou a suspensão do projeto, baseando-se em recomendações da ONU que se opõem à atuação da Polícia Militar em blocos de rua, visando evitar riscos aos foliões durante operações de identificação.
Em resposta às críticas, o secretário municipal de Segurança Urbana, Orlando Morando, classificou o pedido da Defensoria como “esdrúxulo e ridículo”. Segundo ele, a divulgação das prisões realizadas pela Guarda Civil Metropolitana promove maior transparência e reforça a sensação de segurança na população.
Morando também comentou sobre a autorização do Supremo Tribunal Federal para que guardas municipais realizem policiamento ostensivo e prisões em flagrante. Ele afirmou que a GCM já desempenhava esse papel e está totalmente preparada para continuar atuando dessa forma, inclusive com a possível mudança de nome da corporação.
O Prisômetro São Paulo levanta questões importantes sobre o equilíbrio entre segurança e privacidade. A tecnologia de reconhecimento facial, apesar de seu potencial para auxiliar na identificação de criminosos, também suscita preocupações sobre a vigilância em massa e o possível uso indevido de dados pessoais. O debate em torno do Prisômetro São Paulo reflete uma discussão mais ampla sobre o papel da tecnologia no policiamento e a necessidade de regulamentações claras para proteger os direitos individuais.
A implementação do Prisômetro São Paulo ocorre em um momento em que diversas cidades ao redor do mundo estão explorando o uso de tecnologias de vigilância para combater o crime. No entanto, é crucial que essas iniciativas sejam acompanhadas de medidas para garantir a transparência, a responsabilidade e o respeito aos direitos fundamentais dos cidadãos.
O futuro do Prisômetro São Paulo e de outras iniciativas semelhantes dependerá da capacidade de encontrar um equilíbrio entre os benefícios da tecnologia e os riscos para a privacidade e as liberdades civis. O debate público e o acompanhamento por parte da sociedade civil serão fundamentais para garantir que essas ferramentas sejam utilizadas de forma ética e responsável.