No cenário do futebol brasileiro, o Prêmio do Paulistão de 2025 chama a atenção ao se equiparar à premiação da Copa do Brasil, competição renomada no continente. Tal equiparação levanta questionamentos sobre o equilíbrio financeiro e o calendário esportivo, ao mesmo tempo em que enaltece a Federação Paulista de Futebol. Os valores distribuídos aos clubes participantes revelam um panorama financeiro robusto e promovem discussões sobre o cenário competitivo.
Os clubes Palmeiras, Corinthians, Santos e São Paulo arrecadam R$ 44 milhões apenas por participar do **Campeonato Paulista**. O campeão leva para casa mais R$ 5 milhões e o vice-campeão, cerca de R$ 1,5 milhão. Ao todo, R$ 400 milhões são distribuídos entre os 16 clubes participantes do campeonato em 2025. Entre 2022 e a atual temporada, o montante total repassado aos clubes, incluindo premiação e receitas de marketing, atinge a marca de R$ 1 bilhão.
Para efeito de comparação, um clube da Série A que dispute a Copa do Brasil desde a primeira fase e chegue até a semifinal, recebe R$ 24 milhões. Para alcançar o mesmo patamar financeiro do **Prêmio do Paulistão**, o time precisa ser finalista, garantindo pelo menos R$ 33 milhões como vice-campeão, totalizando R$ 57 milhões. O campeão, por sua vez, fatura R$ 101 milhões.
A Federação Paulista de Futebol adotou uma estratégia inovadora na venda dos direitos de televisão. Enquanto a maioria dos campeonatos estaduais concentram os direitos em um único grupo, o Paulistão dividiu-os entre seis diferentes plataformas: Record, Cazé TV, TNT Sports, UOL Play, Nosso Futebol e Zapping.
Essa abordagem diversificada, com contrato garantido até 2029, atraiu um número expressivo de patrocinadores, que contribuem significativamente para o financiamento do campeonato. Em 2025, o Paulistão conta com o apoio de 19 marcas, incluindo BIS, Sicredi, Clear, BYD, Centauro, Lays, Sanofi e Rayovac, entre outras.
A competição implementou ações de marketing inovadoras, como a substituição do tradicional “cara ou coroa” por “débito ou crédito” para decidir quem começa com a bola, além de iluminação especial para os gols e naming rights nas transmissões. Essa estratégia elevou a arrecadação com marketing a patamares impressionantes. O levantamento da Federação Paulista de Futebol aponta que a competição arrecadou cinco vezes mais em 2025 do que em 2021, quando a Globo detinha todos os direitos.
A Federação Paulista de Futebol também distribui prêmios substanciais para os demais participantes. O Red Bull Bragantino recebe R$ 13 milhões, enquanto as outras equipes ganham pelo menos R$ 8 milhões cada. Em comparação, um time da Série A que avança da primeira fase até as oitavas de final da Copa do Brasil, leva R$ 9 milhões.
Para assegurar a qualidade do campeonato, o regulamento estabelece um limite para o número de jogadores das categorias de base. Essa medida impede que os clubes disputem o torneio apenas com jovens desconhecidos, forçando a utilização, ainda que parcial, dos principais atletas de cada time.
O **Prêmio do Paulistão** tem um impacto significativo no nível técnico do campeonato. Além dos quatro grandes e do Red Bull Bragantino, o Paulistão conta com o Mirassol como representante na Série A. Essa expressividade demonstra a força do futebol paulista no cenário nacional.
A pujança financeira do Paulistão representa um desafio para as equipes que almejam reduzir a presença do estadual no calendário do futebol brasileiro. A competição se mantém atrativa para os clubes paulistas, mesmo que isso signifique sacrificar a pré-temporada de seus atletas e técnicos. Enquanto isso, outros campeonatos estaduais enfrentam dificuldades financeiras e falta de interesse.
Via InfoMoney