Presidente da Aberdeen critica excessos do ESG e suas promessas

O presidente da Aberdeen aborda as falhas do ESG e suas promessas de salvar o mundo.
02/07/2025 às 10:47 | Atualizado há 4 semanas
Exageros do ESG
Erro estratégico no setor financeiro: a agenda ambiental virou marketing arriscado. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

Em uma recente conferência em Londres, Sir Douglas Flint, ex-presidente da gestora de ativos Aberdeen e do HSBC, fez declarações contundentes sobre os exageros do ESG no setor de investimentos. Segundo Flint, a indústria financeira cometeu um erro ao superestimar o impacto de suas ações em causas ambientais, sociais e de governança. Essa postura, impulsionada por estratégias de marketing, expôs empresas a riscos jurídicos, especialmente nos Estados Unidos.

Flint criticou o discurso “ridiculamente extravagante” adotado por muitos gestores, que prometeram salvar o planeta através de seus investimentos. Ele argumenta que essa retórica inflamada serviu como um “banquete para os advogados norte-americanos”, em um contexto de crescente litigância contra gestoras de ativos nos EUA. A crítica surge em um momento em que grandes empresas como BlackRock enfrentam processos por suposto conluio para excluir o setor de combustíveis fósseis de seus portfólios.

A ascensão do discurso anti-ESG, especialmente nos Estados Unidos, levou gestoras como BlackRock e Vanguard a abandonarem iniciativas voluntárias como a Net Zero Asset Managers. Essa iniciativa, que visava zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050, teve suas atividades suspensas em janeiro de 2025, o que demonstra uma mudança de postura em relação aos compromissos ambientais.

Flint celebrou o que chamou de “eliminação de siglas” como ESG, diversidade e inclusão, argumentando que elas se tornaram alvos fáceis para ações judiciais nos EUA. Apesar das críticas, investidores institucionais e fundos de pensão de longo prazo continuam a pressionar por uma maior atenção aos riscos financeiros relacionados a eventos climáticos extremos.

A Aberdeen, por sua vez, mantém seu compromisso com o combate às mudanças climáticas, mas defende uma abordagem mais focada nos impactos financeiros objetivos, em vez de narrativas de transformação moral. A empresa busca selecionar empresas que demonstrem progresso na transição para uma economia mais sustentável, mas reconhece que as decisões finais sobre as áreas e o ritmo dessa transição são de seus clientes.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.