Principais tradings de soja planejam deixar Moratória da Soja em Mato Grosso

Grandes tradings de soja vão sair da Moratória da Soja para manter benefícios fiscais em Mato Grosso, afetando políticas ambientais.
29/12/2025 às 16:41 | Atualizado há 3 horas
               
Empresas de soja podem romper moratória para manter benefícios fiscais. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

Algumas das maiores empresas de comércio de soja no Brasil planejam deixar a Moratória da Soja, acordo que restringe o comércio de soja de áreas desmatadas após 2008. A decisão vem após nova lei estadual de Mato Grosso eliminar incentivos fiscais para as empresas que permanecem na moratória a partir de 2025.

Mato Grosso, maior produtor de soja do país, teve produção recorde de 51 milhões de toneladas em 2025, influenciando a decisão das tradings. Empresas como ADM, Bunge, Cargill, Cofco e Amaggi devem sair da moratória para manter vantagens econômicas.

Essa mudança é vista como um retrocesso ambiental, pois o governo federal contesta a lei que retira benefícios fiscais, enquanto ambientalistas alertam para o risco de aumento do desmatamento e enfraquecimento das políticas de proteção à Amazônia.

Algumas das maiores empresas de comércio de soja estão se preparando para deixar a Moratória da Soja para não perder benefícios fiscais em Mato Grosso, maior produtor agrícola do Brasil. Essa moratória, vigente desde 2006, impede o comércio de soja produzida em áreas desmatadas após 2008, protegendo a Amazônia.

A decisão é motivada por uma nova lei estadual que, a partir de janeiro, elimina incentivos fiscais para as empresas que permanecem no acordo ambiental. Mato Grosso produziu cerca de 51 milhões de toneladas de soja em 2025, superando a Argentina.

Um relatório preliminar revelou que os comerciantes receberam cerca de R$4,7 bilhões em incentivos entre 2019 e 2024, com a ADM e a Bunge entre as maiores beneficiadas, cada uma com aproximadamente R$1,5 bilhão.

Empresas como ADM, Bunge, Cargill, Cofco e Amaggi, todas signatárias da moratória e atuantes no estado, ainda não confirmaram oficialmente seus planos. Fontes indicam que a maioria optará por sair da moratória para manter vantagens econômicas.

O governo federal tem contestado judicialmente a nova lei do Mato Grosso, que retira os benefícios fiscais devido aos compromissos ambientais dessas empresas. Essa mudança representa um retrocesso no combate ao desmatamento, colocando em risco políticas ambientais brasileiras.

Grupos ambientalistas alertam que o fim da moratória pode desestimular outras políticas de conservação importantes, ampliando impactos negativos sobre o bioma amazônico. Essa situação ocorre em um contexto de pressão crescente por flexibilizações ambientais no país.

Via Money Times

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.