A Produção de uvas no Espírito Santo revela um grande potencial de crescimento, conforme estudo do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). A pesquisa inédita aponta que apenas uma pequena fração da produção estadual é processada em agroindústrias, sinalizando oportunidades significativas para expansão e desenvolvimento do setor.
O levantamento do Incaper ouviu 86 produtores de uva em municípios chave como Santa Teresa, Alfredo Chaves, Domingos Martins, Vargem Alta e Venda Nova do Imigrante. A área de cultivo predominante é de agricultura familiar, com a maioria dos produtores utilizando até 0,5 hectares para o plantio. A produtividade média alcança 16.930 quilos por hectare.
Entre as diversas cultivares, a Niágara Rosada se destaca, representando mais de um terço do volume total. A pesquisa também identificou desafios fitossanitários, como o míldio, oídio e a antracnose, que afetam a Produção de uvas no Espírito Santo.
No que tange ao processamento, a pesquisa analisou 64 agroindústrias, com foco em 14 especializadas em uvas. A maior parte dessas empresas está situada em áreas rurais e utiliza a produção local para criar vinhos, sucos, espumantes e geleias. O vinho lidera como principal produto, seguido por polpa para suco, suco pronto e espumantes.
A comercialização dos produtos derivados da uva concentra-se principalmente no Espírito Santo, embora algumas agroindústrias já vendam para outros estados, como Minas Gerais e Rio de Janeiro. Existe uma oportunidade de expansão para mercados externos, já que nenhuma das empresas pesquisadas exporta seus produtos.
Apesar da colheita de 3,2 mil toneladas de uvas em 2022, apenas uma pequena parte foi destinada ao processamento, com a maior parte da Produção de uvas no Espírito Santo sendo consumida in natura. As agroindústrias enfrentam desafios como a sazonalidade da matéria-prima e dificuldades de acesso a capital de giro.
A pesquisadora Edileuza Galeano enfatiza a importância do diagnóstico para identificar gargalos e oportunidades na cadeia produtiva da uva, visando políticas públicas eficientes. A pesquisa também revelou um cenário de otimismo, com produtores e agroindústrias planejando manter ou expandir suas áreas de plantio e investir em tecnologia.
O estudo recomenda melhorar as práticas de manejo, a produtividade e a qualidade da uva, com foco na sustentabilidade. Ações como visitas técnicas a agroindústrias com tecnologia avançada e a implementação de sistemas de rastreabilidade são sugeridas para fortalecer a Produção de uvas no Espírito Santo.
Além disso, é apontada a necessidade de capacitação em vendas online e gestão financeira, bem como o incentivo à diversificação da produção, com novos produtos.