Produtores de café robusta apostam em qualidade diante das mudanças no mercado

Produtores brasileiros melhoram a qualidade do café robusta para atender novo perfil de consumidores.
06/12/2025 às 14:21 | Atualizado há 4 horas
               
Café robusta de qualidade
Produtores brasileiros inovam na colheita e secagem para valorizar o café robusta. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

O mercado de café robusta no Brasil tem passado por transformações significativas. Antigamente associado a cafés baratos e solúveis, o robusta vem ganhando destaque pela qualidade, com características como crema densa e sabor achocolatado, diferentes do arábica.

O Espírito Santo lidera o investimento para aumentar a produção de robusta especial, adotando técnicas modernas para evitar sabores indesejados e elevar o padrão do produto. Isso atende a uma demanda crescente e resulta em preços mais altos no mercado.

Além das melhorias na produção, a Specialty Coffee Association atualiza seus critérios para valorizar cafés especiais independente da espécie, impulsionando o reconhecimento do robusta mundialmente como uma opção mais valorizada.

Em São Paulo, cafeterias têm explorado o Café robusta de qualidade, um tipo de grão que, no passado, era associado a produtos baratos e ao café solúvel. Hoje, baristas destacam características como a crema densa e o sabor achocolatado, diferentes da acidez típica do arábica.

Com o avanço das mudanças climáticas, a produção tradicional do café arábica enfrenta desafios, enquanto o robusta ganhou atenção pelo seu potencial. O Brasil, que é o segundo maior produtor mundial dessa variedade, está aprimorando técnicas de colheita e secagem para refinar a qualidade do robusta e atender consumidores exigentes.

Prova disso é o Espírito Santo, estado que está investindo para elevar sua produção anual de robusta especial de 10 mil para 1,5 milhão de sacas até 2032. O uso de secadores modernos e práticas pós-colheita mais cuidadosas tem sido adotado para evitar sabores indesejados, como o provocado pela fumaça no processo tradicional.

Essa mudança resultou em aumento da demanda e dos preços: em 2025, a saca diferenciada do robusta brasileiro ultrapassou US$295, mais que o dobro em comparação a 2021, conforme dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil.

Além disso, a Specialty Coffee Association (SCA) está atualizando seus programas para avaliar e premiar cafés especiais independentemente da espécie, refletindo a crescente valorização do robusta na cena global.

Essa transformação mostra que o robusta não busca competir apenas com o arábica, mas está se estabelecendo como uma opção valorizada, especialmente para quem prefere cafés com mais corpo e amargor.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.