Programadora Autodidata Inova Publicações em Braille

Descubra como uma programadora usa tecnologia para aprimorar publicações em Braille e facilitar o acesso à leitura.
29/07/2025 às 15:42 | Atualizado há 4 dias
Publicações em braille
Nágila Seidenstucker lidera inovação em sistemas na Fundação Dorina Nowill para Cegos. (Imagem/Reprodução: Forbes)

A inovação no mundo da acessibilidade tem ganhado um novo impulso com a história de Nágila Seidenstucker. Formada em Filosofia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, ela transformou um desafio profissional em uma missão de vida. Sua jornada no universo do Publicações em braille começou de forma inesperada, mas logo se tornou uma força motriz para a inclusão.

A trajetória de Nágila a levou de Mato Grosso do Sul para São Paulo, onde encontrou na Fundação Dorina Nowill para Cegos o ambiente ideal para aplicar seu talento. A instituição, reconhecida por seu grande parque gráfico dedicado ao sistema braille na América Latina, foi o palco onde Nágila identificou as dificuldades e decidiu agir.

Diante da falta de programas específicos e de uma infraestrutura tecnológica adequada, Nágila não se acomodou. Com a ajuda do marido, um desenvolvedor de software, ela aprendeu a programar e começou a criar soluções para simplificar o dia a dia de quem trabalha com Publicações em braille.

Essa iniciativa resultou na criação da área de Desenvolvimento de Sistemas e Inovação na Fundação Dorina Nowill. Nágila, ao construir um programa para si, compartilhou o conhecimento com seus colegas, pavimentando o caminho para o projeto da Plataforma Braille.

Em colaboração com a CodeBit, a equipe de Nágila está desenvolvendo uma plataforma que promete automatizar a transcrição de arquivos para o sistema braille, desde a linearização até a impressão final. Paralelamente, a Fundação investe em outras frentes tecnológicas, como a Dorina IA, que gera audiodescrição de imagens com base em diretrizes de acessibilidade.

O próximo passo é criar procedimentos para a tradução de gráficos, tabelas e mapas. Para isso, a equipe está montando grupos de estudo e colaborando com especialistas, a fim de fortalecer as regras ensinadas à inteligência artificial.

Apesar dos avanços tecnológicos, a comunidade de pessoas com deficiência visual ainda enfrenta obstáculos. No Brasil, são cerca de 6,5 milhões de pessoas, segundo o IBGE, com uma taxa de analfabetismo maior e uma menor participação no mercado de trabalho.

Nágila ressalta que, ao resolver as questões de acessibilidade, os editores se tornam mais engajados e o processo de Publicações em braille ganha agilidade e qualidade, beneficiando diretamente as crianças.

Os planos futuros da Fundação Dorina Nowill incluem disponibilizar a Plataforma Braille para professores e instituições de ensino. O objetivo é que educadores possam adaptar conteúdos de forma prática e eficiente para seus alunos, promovendo uma educação mais inclusiva.

Nágila Seidenstucker, com sua visão e dedicação, está transformando o cenário das Publicações em braille no Brasil. Sua trajetória mostra que a tecnologia, quando utilizada com propósito, pode abrir caminhos para a inclusão e a igualdade de oportunidades.

Via Forbes Brasil

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.