Proposta para abolir relatórios financeiros trimestrais nos EUA

Descubra como a proposta da LTSE para acabar com balanços trimestrais pode impactar empresas nos EUA e no Brasil.
15/09/2025 às 07:21 | Atualizado há 5 dias
Acabar com balanços trimestrais
A Long-Term Stock Exchange busca transformar a cultura de foco nos resultados de curto prazo. (Imagem/Reprodução: Braziljournal)

A Long-Term Stock Exchange (LTSE) propõe acabar com as obrigações de balanços trimestrais para empresas nos EUA. O CEO da LTSE acredita que essa mudança ajudaria as empresas a se concentrarem em estratégias de longo prazo, em vez de resultados imediatos. Essa proposta foi inspirada por preocupações sobre o impacto negativo da pressão para resultados rápidos na economia.

A LTSE solicitará à SEC a alteração na frequência de relatórios financeiros. Atualmente, cerca de 3.700 empresas nos EUA são obrigadas a publicar balanços trimestrais, enquanto na Europa muitas delas suspendem essa prática. A proposta procura criar um ambiente empresarial onde o foco esteja no desenvolvimento sustentável das empresas, ao invés da busca incessante por lucros imediatos.

Figuras como Jamie Dimon e Warren Buffett foram defensores da redução ou eliminação dos balanços trimestrais. Eles acreditam que essa mudança pode garantir um futuro mais próspero para a economia, beneficiando trabalhadores e acionistas. A discussão sobre a proposta da LTSE reacende a análise das práticas financeiras e suas implicações a longo prazo.
“`html

A Long-Term Stock Exchange (LTSE), bolsa americana focada em empresas com metas de longo prazo, está propondo acabar com balanços trimestrais. Segundo Bill Harts, CEO da LTSE, essa mudança pode aliviar o fardo financeiro das empresas de capital aberto. A ideia é que, com balanços semestrais, as empresas foquem em estratégias duradouras em vez de resultados imediatos.

A LTSE planeja apresentar uma petição à Securities and Exchange Commission (SEC) sugerindo a mudança. A proposta visa alterar a frequência de divulgação dos balanços para todas as empresas de capital aberto. Atualmente, os EUA têm cerca de 3.700 empresas listadas, um número bem menor comparado ao pico de 1997.

Em 2018, Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, e Warren Buffett já haviam se manifestado sobre o tema. Em artigo no Wall Street Journal, eles argumentaram que o foco excessivo em resultados de curto prazo prejudica a economia. Dimon e Buffett defendiam que reduzir ou eliminar as projeções trimestrais seria um passo importante para mudar esse cenário.

Para Dimon e Buffett, o guidance trimestral leva a um enfoque pouco saudável nos lucros imediatos. Isso, segundo eles, compromete o crescimento e a sustentabilidade a longo prazo. Eles acreditavam que focar no futuro fortalece a economia americana e beneficia trabalhadores, acionistas e investidores.

A SEC instituiu a exigência de balanços trimestrais em 1970. Na Europa, essa obrigatoriedade já foi suspensa há mais de uma década. No entanto, muitas empresas europeias ainda publicam os balanços trimestrais, seguindo os padrões do mercado americano.

Empresas com grande volume de negociação provavelmente continuarão a divulgar os números trimestralmente. Isso se deve à demanda constante de analistas e investidores por informações mais frequentes. No Brasil, a publicação de balanços trimestrais é obrigatória para empresas de capital aberto, conforme exigências da CVM e da B3.

Defensores da obrigatoriedade dos balanços trimestrais argumentam que eles promovem maior transparência. Além disso, ajudam a reduzir a diferença de informação entre insiders e observadores externos. A medida também impõe disciplina na gestão operacional e aumenta a liquidez dos papéis.

A proposta de acabar com balanços trimestrais nos EUA reacende o debate sobre o impacto das exigências de relatórios financeiros nas estratégias de longo prazo das empresas. Resta aguardar os próximos passos da petição junto à SEC e como essa discussão poderá influenciar as práticas de mercado globalmente.

Via Brazil Journal

“`

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.