A QI Tech General Atlantic acaba de anunciar a captação de US$ 63 milhões em uma extensão da sua Série B. O aporte foi liderado pela General Atlantic, que já havia liderado as duas capitalizações anteriores da fintech de infraestrutura para serviços financeiros. As negociações foram rápidas, levando apenas duas semanas a partir da iniciativa dos investidores.
Segundo Pedro Mac Dowell, CEO da QI Tech, todas as extensões de rodadas de investimento registraram um aumento no valuation da empresa. Isso reflete um crescimento anual consistente entre 70% e 80%. Embora o valor exato não tenha sido divulgado, o CEO mencionou que o valor de mercado da QI Tech já ultrapassou a marca de US$ 2 bilhões.
O novo capital será direcionado para acelerar as aquisições da QI Tech. A mais recente ocorreu em novembro de 2023 com a compra da Singulare, uma corretora especializada na administração de FIDCs. O CFO da QI Tech, Marcelo Bentivoglio, revelou que já existem outras empresas em vista, e a expansão deve ocorrer por meio de novos acordos nas áreas de custódia e administração.
Desde a aquisição da Singulare, a QI Tech tem se dedicado a otimizar o setor no Brasil. Mac Dowell destacou que o mercado apresenta muitas oportunidades devido à sua ineficiência. Ele explicou que a tecnologia existente não permite que os gestores ganhem escala na administração de fundos, tornando o setor um terreno fértil para melhorias.
De acordo com os executivos, o software da QI Tech pode aumentar a eficiência do segmento em até quatro vezes. A estratégia de fusões e aquisições visa ampliar o acesso a mais clientes. Atualmente, a QI Tech atende 1.100 fundos e 400 gestores de crédito. A empresa busca oferecer um conjunto completo de serviços financeiros aos seus clientes.
No ano anterior, a QI Tech registrou um faturamento de R$ 700 milhões e projeta manter uma taxa de crescimento de 70% em 2025. Atualmente, 35% da receita provém de custódia e administração, 35% de lending as a service, 25% de banking as a service e o restante de risk solutions, que inclui o sistema de antifraude da QI Tech.
Marcelo Bentivoglio apontou que as áreas de seguros e câmbio devem ganhar destaque nos próximos meses. A área de seguros, lançada em janeiro de 2025, foi projetada para oferecer uma experiência integrada dentro da plataforma. A ideia é que os clientes corporativos possam oferecer seguros vinculados ao crédito das operações em suas próprias plataformas.
Em apenas sete meses, a operação de seguros já gerou R$ 150 milhões em prêmios. Esse valor é superior ao total gerado por todas as insurtechs que participaram do sandbox da Susep, segundo Mac Dowell. A expectativa dos executivos é que os seguros representem de 10% a 15% da receita da QI Tech nos próximos anos.
A empresa também está desenvolvendo uma infraestrutura digital de câmbio baseada em blockchain e stablecoins. O objetivo é oferecer maior velocidade e integração direta entre os clientes, eliminando barreiras tecnológicas e regulatórias. A meta é criar uma experiência de câmbio tão simples quanto um PIX.
O objetivo da QI Tech permanece o de realizar uma abertura de capital em 2027. No entanto, Mac Dowell antecipa uma nova rodada de investimentos antes disso, visando realizar aquisições de maior porte. Ele ressaltou que, embora o mercado não esteja favorável, a empresa espera que as condições melhorem para que possa realizar uma captação significativa, acima de US$ 400 milhões.
Via Brazil Journal