Queda do dólar e inflação: análise da XP

Entenda como a desvalorização do dólar pode influenciar a inflação e as metas do governo brasileiro.
26/06/2025 às 11:02 | Atualizado há 2 dias
Impacto do dólar na inflação
Queda do dólar e valorização do real ajudam a conter a inflação no curto prazo. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

As recentes flutuações no **dólar** e a valorização do **real** têm chamado a atenção de analistas, como os da XP Investimentos, que apontam esses fatores como determinantes para o comportamento da **inflação** no curto prazo. A projeção da corretora para a moeda americana no primeiro semestre de 2025 era de R$ 6, mas a cotação média ficou em R$ 5,75, indicando um descompasso que impactou diretamente as estimativas inflacionárias.

O Impacto do dólar na inflação de bens industriais, segundo cálculos da XP, foi de 0,57 ponto percentual (p.p), enquanto no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) o efeito foi de 0,13 p.p. Essa diferença demonstra como as variações cambiais podem influenciar diferentes setores da economia, exigindo uma análise cuidadosa das premissas utilizadas nas projeções.

Um relatório da corretora destaca que uma depreciação de 10% na taxa de câmbio pode levar a um aumento de 0,62 p.p na inflação de bens industriais em um período de quatro trimestres. Para ilustrar essa dinâmica, os analistas simularam cinco cenários para o dólar: um estável (R$ 5,60), um pessimista (R$ 6,10), um intermediário (R$ 5,85), um de apreciação moderada (R$ 5,40) e um otimista (R$ 5,10).

Mesmo no cenário mais favorável para a taxa de câmbio, a XP estima que a inflação ficaria entre 3,4% e 3,5% ao final de 2026. Para que o governo consiga atingir a meta de 3%, seria necessário que o dólar caísse para R$ 4,80, um patamar considerado improvável pela corretora. A XP acredita que o cenário mais provável é o de estabilidade, com o dólar em torno de R$ 5,60 entre o final de 2025 e todo o ano de 2026.

Considerando uma variação cambial de 10%, a XP estima um impacto de 1,32 p.p nos preços de alimentos e de 0,30 p.p para serviços, ao longo de quatro trimestres. A corretora ressalta que, para atingir a meta de inflação, seria necessário não apenas uma taxa de câmbio mais apreciada, mas também uma desaceleração da atividade econômica e/ou uma redução das expectativas inflacionárias de médio prazo.

Via Money Times

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