O mercado imobiliário dos Estados Unidos apresentou um recuo nas vendas de moradias usadas em março, superando as expectativas de economistas. Este declínio é atribuído, principalmente, ao aumento dos custos de empréstimos, o que impactou a capacidade de compra dos consumidores. A preocupação com uma possível desaceleração econômica, intensificada pelas políticas de tarifas, também contribuiu para este cenário.
A Associação Nacional de Corretores de Imóveis (NAR) divulgou que as vendas de moradias sofreram uma queda de 5,9% no mês de março. A taxa anual ajustada sazonalmente ficou em 4,02 milhões de unidades. A Reuters, em consulta com economistas, havia previsto uma queda menor, estimada em 4,13 milhões de unidades.
Comparando com março do ano anterior, as vendas apresentaram uma diminuição de 2,4%. É importante ressaltar que as vendas de moradias usadas são contabilizadas no momento da finalização do contrato. Portanto, os números de março refletem, provavelmente, os acordos firmados nos meses de janeiro e fevereiro.
Naquele período, a taxa média dos contratos de hipoteca fixa de 30 anos estava próxima de 7%. Em março, houve uma leve diminuição nessa taxa, mas, na semana anterior à divulgação dos dados, ela já havia atingido o seu pico em dois meses. As incertezas econômicas, impulsionadas pelas políticas tarifárias de Donald Trump, exercem pressão sobre o mercado imobiliário.
Em contrapartida, dados governamentais revelaram um aumento nas vendas de novas moradias em março, atingindo um recorde de seis meses. Esse aumento veio acompanhado de uma redução nos preços médios, resultado de incentivos oferecidos pelas construtoras para diminuir os estoques. Os níveis de estoque atuais são comparáveis aos observados no final de 2007, período que antecedeu a crise financeira global.
Lawrence Yun, economista-chefe da NAR, comentou que a lentidão na compra e venda de moradias em março está relacionada aos desafios de acessibilidade. Esses desafios, por sua vez, estão ligados às altas taxas de hipoteca.
Via InfoMoney