Ramalho fala sobre seu afastamento: ‘Estou ótimo fora de um governo que não me valorizou’

Impedimento de Gilson Daniel: entenda a polêmica envolvendo o coronel Ramalho e o governo, após sua saída da secretaria de segurança. Saiba mais!
07/02/2025 às 16:01 | Atualizado há 5 meses
Impedimento de Gilson Daniel
Impedimento de Gilson Daniel

O coronel Alexandre Ramalho (PL), pivô do Impedimento de Gilson Daniel, reagiu às declarações do deputado federal Gilson Daniel (Podemos). Ramalho negou qualquer arrependimento por ter deixado o governo para disputar a prefeitura de Vila Velha, em oposição ao governador Renato Casagrande (PSB). A declaração surgiu em resposta a uma entrevista de Gilson Daniel, onde o deputado sugeriu que Ramalho reconhecia erros em suas estratégias políticas.

Ramalho expressou forte insatisfação com o governo estadual, considerando-o “revanchista” e “nada democrático”. Ele também afirmou sua intenção de assumir a vaga de deputado federal caso a oportunidade surgisse, declarando: “A vaga é minha”. A entrevista de Gilson Daniel, publicada na sexta-feira, deu origem à reação de Ramalho. Gilson afirmou que as ações políticas de Ramalho foram equivocadas, e que este reconhecia tal fato.

Ramalho refutou imediatamente as alegações. Ele disse não ter concordado com a ideia de que seus movimentos políticos foram equivocados. Ao contrário, ele afirmou que suas escolhas políticas foram as melhores possíveis. Ramalho também criticou o governo estadual, argumentando não ter recebido apoio em nenhum projeto político. Ele disse ter tido a coragem de romper com possíveis conchavos políticos.

O coronel Ramalho foi secretário de Segurança Pública por quatro anos na gestão de Casagrande. Ele tentou concorrer ao Senado em 2022 e recebeu convites de outros partidos. No entanto, após ser convencido pelo Podemos e pelo governador, permaneceu no partido, na expectativa de ser candidato ao Senado. Isso não aconteceu; o grupo apoiou Rose de Freitas (MDB), que perdeu para Magno Malta (PL).

Ramalho disputou uma cadeira na Câmara dos Deputados, obtendo 33.874 votos, sem ser eleito. Seu partido elegeu Gilson Daniel e Victor Linhalis, deixando Ramalho como primeiro suplente. Ele reclamou da falta de apoio na campanha. Apesar disso, Ramalho permaneceu no partido, na esperança de que Gilson ou Victor fossem para o governo, abrindo espaço para ele na Câmara. Isso também não ocorreu.

Em janeiro de 2023, Ramalho deixou o governo, após entregar a Secretaria de Segurança Pública com a menor taxa de homicídios em 27 anos. Ele alegou a necessidade de cuidar de sua carreira política, e escolheu disputar a prefeitura de Vila Velha, em vez de Vitória, realizando uma campanha com críticas ao governo. Ao se filiar ao PL, ele disse que abriria mão da suplência.

No entanto, questionado sobre a possibilidade de assumir a vaga de deputado caso Gilson se tornasse secretário, Ramalho foi categórico: “A vaga é minha”. Ele afirmou que não havia aberturas para negociações ou acordos políticos. Mesmo com a mudança de partido, Ramalho poderia assumir o cargo, porém o Ministério Público e o partido poderiam entrar com ação por infidelidade partidária.

Diante do processo judicial incerto, o governo decidiu impedir a entrada de Gilson Daniel no governo, evitando riscos. Ramalho reagiu, afirmando que, se sua posição impediu Gilson, o governo seria “revanchista e nada democrático”. O Impedimento de Gilson Daniel levanta questões sobre lealdade partidária e relações políticas.

Via Folha Vitória

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