O Podemos Espírito Santo se destaca como um dos partidos mais observados para as próximas eleições. A sigla, com suas raízes no centro e centro-direita, consolidou sua presença ao eleger 11 prefeitos e diversos vereadores, marcando também espaço na bancada federal e na Assembleia Legislativa. Sua trajetória é notável pelo forte municipalismo.
No entanto, o partido se encontra em uma encruzilhada, com duas lideranças de peso: o deputado federal Gilson Daniel, atual presidente, e o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo. As ambições de ambos para 2026 revelam que o partido pode ter se tornado pequeno para abrigar seus projetos.
Gilson Daniel tem focado em iniciativas municipalistas desde o início de seu mandato, enquanto Arnaldinho Borgo ascendeu a um novo patamar após sua expressiva reeleição em Vila Velha. A ida do prefeito a Brasília sinaliza suas aspirações de alçar voos maiores, mirando o governo estadual ou o Congresso.
O controle do partido é uma ferramenta de poder. Arnaldinho já demonstrou sua capacidade ao influenciar na formação de chapas de vereadores. Caso permaneça no Podemos Espírito Santo, a liderança poderia ser transferida para o deputado federal Dr. Victor Linhalis.
Para Gilson Daniel, deter o poder no partido é crucial para fortalecer alianças visando sua reeleição ou outras ambições políticas. Contudo, o deputado federal tem demonstrado interesse em se aproximar do grupo do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, do Republicanos.
Diante das trajetórias e dos interesses distintos de Gilson e Arnaldinho, o Podemos Espírito Santo parece limitado para ambos. Apesar de possíveis acordos, a especulação sobre a iminente saída de um deles persiste.
Arnaldinho Borgo já recebeu convites do Progressistas e do União Brasil para uma possível mudança partidária caso Gilson permaneça no comando. Ambos os partidos são aliados da gestão de Renato Casagrande, embora o Progressistas também mantenha conexões com Pazolini.
Por outro lado, a eventual saída de Gilson Daniel abriria portas para diversos partidos de centro-direita e direita, podendo até gerar um rompimento com o grupo de Casagrande. Essa disputa interna no Podemos Espírito Santo tem o potencial de reconfigurar o cenário político do estado.
Nos bastidores da Assembleia Legislativa, a criação de novos cargos, incluindo supervisores nas vice-presidências, é vista como um compromisso de reeleição do presidente Marcelo Santos com seus aliados. A agenda do governador Renato Casagrande em Linhares, focada em fortalecer o vice-governador Ricardo Ferraço, também chamou atenção.
Além disso, a corrida promovida por Casagrande e Arnaldinho Borgo teve suas inscrições esgotadas rapidamente, evidenciando o engajamento do público. O secretário de Governo de Vitória, Erick Musso, tem ganhado destaque, buscando uma vaga na Câmara dos Deputados.
Por fim, a nova identidade visual do secretário de Estado de Desenvolvimento, Sergio Vidigal, com as cores da bandeira do Brasil, gerou debates. A condenação do deputado federal Gilvan da Federal, em ação movida pela deputada estadual Camila Valadão, ganhou repercussão nacional.
O cenário político do Podemos Espírito Santo é dinâmico e cheio de possibilidades, com o futuro do partido incerto devido às ambições de suas principais lideranças.
