Antonio Carlos Nasraui deu início a sua trajetória em 1978, quando decidiu abrir a primeira casa de mate na Avenida São João, em São Paulo, com apenas 20 metros quadrados. Desde então, a História da Rei do Mate é marcada por um crescimento impressionante. Mais de quatro décadas depois, a rede conta com mais de 320 unidades e projeções de faturar R$ 440 milhões até 2025.
Nasraui, que se tornou responsável pela operação a partir dos anos 1990, transformou o pequeno negócio familiar em uma das franquias mais conhecidas do varejo alimentar. Inicialmente, a oferta era simples, com sete sabores. Porém, a demanda foi tão grande que surgiram filas, criando uma fama que se espalhou pela cidade. A expansão começou em 1985, e em 1992, a primeira franquia foi aberta.
Com o passar dos anos, a marca passou por diversas reformulações, especialmente após os desafios impostos pela pandemia. Atualmente, aproximadamente 70% das lojas já possuem um novo layout que favorece a experiência do cliente. De acordo com Nasraui, se uma loja não tiver mesas confortáveis e tomadas para dispositivos móveis, ela não é inaugurada. Essa mudança reflete uma adaptação ao novo comportamento do consumidor, que espera mais conforto e praticidade.
O foco da marca, além da expansão, está em manter a brasilidade nos produtos. Para isso, estão sendo introduzidos quase 25 SKUs de bebidas em garrafa, variando de 330 ml a 1,5 litro, com um shelf life maior. Vale ressaltar que esses produtos são diferentes dos disponíveis nas lojas, que permanecem 100% naturais e sem conservantes.
Atualmente, o Rei do Mate está presente em aproximadamente 100 cidades e 20 estados. A meta é alcançar 360 unidades até 2025, sempre priorizando a abertura de novos pontos de venda com o conceito de consumo no local. Além das lojas físicas, a empresa também lançou uma linha de bebidas industrializadas, apresentando produtos distintos dos vendidos nas unidades de varejo.
Os desafios, no entanto, não são pouco. A pandemia impactou fortemente a rede, especialmente em locais como hospitais e supermercados. Para se recuperar, a marca reforçou a importância da experiência do cliente, trazendo opções mais atrativas e interativas, como a finalização dos produtos na hora em que são servidos.
Outro ponto crítico é a luta por mão de obra qualificada, uma questão enfrentada por muitos no setor. Nasraui comenta que a dificuldade de encontrar funcionários tem sido uma realidade para o varejo em geral. Além disso, a alta carga tributária cobrada tem gerado dificuldades financeiras, resultando na sensação de que o sistema, em vez de simplificar, tem aumentado custos operacionais.
Focando na inovação, a marca se destaca por lançamentos como o copo de pão de queijo e o mate com açaí, além de um café gourmet que é considerado de alta qualidade. Ao longo do tempo, o posicionamento agressivo em preços também trouxe efeitos colaterais na concorrência, levando à decisão de elevar a qualidade e, consequentemente, os preços.
Com mais de 500 mil xícaras de café vendidas mensalmente, o Rei do Mate se consolida como uma referência no seu setor, mantendo um tíquete médio de R$ 25. A trajetória contínua de mudança e adaptação, marcada pela inovação e a busca constante por melhorias, promete novos rumos para a marca.
Via Exame