A Luckin Coffee nos EUA, maior rede de cafeterias da China, fez sua entrada triunfal no mercado americano, abrindo duas lojas em Manhattan. Uma delas está localizada a menos de 60 metros de uma unidade da concorrente Starbucks. A estratégia da empresa chinesa é competir diretamente com a gigante do café através de preços acessíveis, um cardápio diferenciado e um sistema de pedidos totalmente digital.
As novas lojas, que começaram a funcionar recentemente, não possuem atendimento tradicional ao balcão, eliminando filas. Todos os pedidos são feitos pelo aplicativo da Luckin, que proporciona cupons generosos e informa o horário exato em que os clientes podem retirar suas bebidas. Durante testes iniciais, o tempo médio de espera ficou em apenas três a cinco minutos, oferecendo uma experiência rápida e eficiente.
O cardápio inclui opções criativas, como o latte de coco com gelo e o cold brew de framboesa, além de uma bebida chamada “Pink Sunrise”, que combina leite de coco, suco de manga e espuma fria de morango. Essa abordagem inovadora pode atrair um público mais jovem e conectado, que valoriza a praticidade nas compras.
O contexto da chegada da Luckin Coffee nos EUA não poderia ser mais oportuno para a Starbucks, que está enfrentando um desafio significativo. A rede americana passa por dificuldades, tendo registrado cinco trimestres consecutivos de queda nas vendas em lojas que já estavam em operação, resultando na busca por uma reestruturação interna.
Para complicar ainda mais a situação da Starbucks, a Luckin Coffee opera sob um modelo que simplifica o atendimento e reduz a espera, o que tem causado um impacto perceptível no fluxo de clientes e, consequentemente, nas vendas da rival. O novo CEO da Starbucks, Brian Niccol, já divulgou planos para reformular o layout das lojas e integrar melhor a experiência de compra física e digital.
A trajetória da Luckin Coffee é marcada por um crescimento explosivo desde sua fundação em 2017, com a abertura de milhares de lojas na China, a maioria delas próximas à concorrente Starbucks. Contudo, a empresa também enfrentou um escândalo contábil em 2020 que resultou em sua exclusão da Nasdaq e uma reestruturação forçada. Desde então, a Luckin se reinventou, superando a Starbucks em número de pontos de venda na China, onde já conta com mais de 24 mil lojas.
Com os pés firmes no mercado americano, analistas acreditam que a Luckin Coffee pode atingir a rentabilidade em até 18 meses, desde que o volume de vendas continue crescendo e os descontos sejam ajustados. Nas duas primeiras lojas em Manhattan, o índice de clientes recorrentes tem se mostrado elevado, demonstrando um potencial considerável de fidelização.
Apesar de ter apenas duas unidades nos EUA, a Luckin Coffee já deixa claro suas ambições, colocando em exibição o número “00002” na sua segunda loja, um símbolo de que a marca tem planos de expandir rapidamente sua presença em um território que foi, até agora, dominado pela Starbucks.
Via Exame