Relatório de Payroll influencia decisão do Fed sobre juros

O Payroll em alta reforça discurso do Fed sobre manutenção da taxa de juros. Entenda as implicações para a economia.
03/07/2025 às 12:17 | Atualizado há 1 semana
Payroll nos EUA
Resiliência do emprego nos EUA e risco inflacionário após queda na alta salarial. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

O mercado de trabalho dos Estados Unidos continua a surpreender, com o relatório de Payroll nos EUA de junho indicando a criação de 147 mil novas vagas. Economistas apontam para a resiliência na geração de empregos, o que reforça a visão do Fed sobre a economia e sustenta a manutenção das taxas de juros em julho. A discussão sobre cortes nas taxas deve ganhar força em setembro.

Os dados do Payroll nos EUA superaram as projeções de 110 mil novas vagas. O setor público, especialmente governos estaduais e locais, liderou as contratações com 73 mil novos postos, impulsionados por admissões na área de educação. Essa sazonalidade, no entanto, não deve se repetir em julho.

O setor privado criou 74 mil vagas, mostrando uma desaceleração em relação a maio, que registrou 137 mil. A queda de 49 mil vagas temporárias é um sinal de cautela por parte das empresas. A taxa de desemprego caiu de 4,2% para 4,1%, contrariando as expectativas de alta para 4,3%, indicando a firmeza do mercado de trabalho.

Os salários também merecem destaque. O crescimento mensal diminuiu de 0,4% para 0,2%, abaixo da projeção de 0,3%. Na comparação anual, os ganhos passaram de 3,9% para 3,7%. Essa desaceleração salarial reforça a expectativa de um possível corte de juros pelo Fed ainda em 2024, conforme declarações de Jerome Powell.

Um corte de juros em setembro ganha força, com o CME Group apontando 71% de probabilidade. O mercado está cada vez mais convencido de que esse será o primeiro passo do ciclo de flexibilização. A dúvida é se haverá um segundo corte ainda em 2024, dependendo da trajetória dos dados até outubro e dezembro.

Ainda que haja perspectiva de desaceleração da economia, existe um risco de inflação mais alta. Esse cenário pode diminuir o espaço para cortes de juros pelo Fed, que deve aguardar sinais mais claros para definir os rumos da política monetária. Alguns especialistas não descartam a possibilidade de os juros permanecerem nos patamares atuais até o fim de 2025.

Os dados de junho indicam um mercado de trabalho resiliente, com revisões positivas nos dados anteriores de abril e maio, com um adicional de 16 mil vagas. O saldo positivo se concentrou no setor de serviços, com 141 mil vagas, enquanto a indústria teve um leve recuo de 4 mil vagas.

O relatório de junho reforça a resiliência do mercado de trabalho americano. Com isso, o Fed deve manter os juros estáveis em julho e seguir cauteloso, aguardando sinais mais claros de desaceleração. O mercado de trabalho continua robusto, com dificuldades tanto para contratar quanto para demitir.

Os números de seguro-desemprego continuam em patamares historicamente associados a um mercado de trabalho saudável, sem sinais de demissões generalizadas. Até o momento, não há sinais de impacto das tarifas sobre a economia americana, mas essa hipótese não pode ser descartada nos próximos meses.

Os dados antecedentes do mercado de trabalho sugerem um impacto negativo tardio no emprego. A reunião de setembro deve trazer um cenário mais claro. O Fed pode não se manifestar em novembro, retomando os cortes em dezembro, caso não haja impacto das tarifas. Os números de junho foram mais fortes do que o esperado, com a média de três meses atingindo 150 mil vagas criadas, o que é considerado um patamar sólido.

Com a taxa de desemprego caindo para 4,1%, as chances de o Fed cortar os juros em julho diminuem. O corte deve ficar para setembro. Os dados do Payroll nos EUA refletem um mercado de trabalho aquecido e a necessidade de cautela nas decisões do Federal Reserve.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.