O retorno do Airbus A380: uma análise de seus desafios

Entenda por que o Airbus A380 continua em operação, apesar de ser considerado caro e cheio de desafios.
28/07/2025 às 20:07 | Atualizado há 5 dias
Manutenção do Airbus A380
Superjumbo ainda encanta viajantes, mesmo com desafios e altos custos. (Imagem/Reprodução: Investnews)

Após um período de incertezas durante a pandemia, o Airbus A380, o maior avião de passageiros do mundo, ressurgiu com a retomada das viagens. No entanto, manter essa aeronave em operação tem se mostrado um desafio cada vez mais custoso para as companhias aéreas, especialmente no que se refere à Manutenção do Airbus A380.

A complexidade do A380, com seus quatro motores e dimensões imponentes, acarreta exigências de manutenção do Airbus A380 mais rigorosas se comparado a outros modelos. Desde janeiro de 2020, a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) emitiu 95 diretrizes de aeronavegabilidade para o A380, quase o dobro do número emitido para grandes aeronaves da Boeing no mesmo período.

Essas diretrizes abrangem desde reparos rotineiros até questões mais sérias, como escorregadores de emergência com vazamento e rompimento de eixos do trem de pouso. A escassez de modelos novos e mais eficientes em combustível também força as companhias aéreas a manterem o A380 em operação, apesar dos custos elevados.

A capacidade do A380 de transportar 485 passageiros ou mais significa que qualquer atraso devido a problemas técnicos pode resultar em prejuízos significativos e impactar toda a malha aérea. Incidentes recentes incluem um voo da Qantas de Sydney para Londres, que ficou retido em Cingapura devido a problemas na bomba de combustível, resultando em atrasos de mais de 24 horas.

Outro A380 da British Airways passou mais de 100 dias em manutenção do Airbus A380 nas Filipinas. A Airbus, por sua vez, afirma que o A380 continua a operar voos regulares com um alto nível de confiabilidade, com uma taxa global da frota de 99% nos últimos 12 meses.

Um check-up completo no A380 pode demandar até 60 mil horas de trabalho, segundo a Lufthansa Technik, o que agrava a escassez de capacidade de manutenção para a aviação comercial. As companhias aéreas enviam suas aeronaves para diversos locais, como Dresden, Manila e China, para realizar a manutenção do Airbus A380.

Muitos dos problemas recentes podem ser atribuídos ao tempo que os aviões passaram parados durante a pandemia, armazenados em desertos e outros locais remotos. Em maio, a EASA ordenou a substituição dos escorregadores infláveis de emergência devido a problemas causados pela exposição ao calor e à umidade.

Apesar dos desafios, algumas empresas como a Emirates, planejam manter o A380 em operação até o final da próxima década.

Os passageiros apreciam o espaço e o conforto do A380, mas as companhias aéreas enfrentam desafios logísticos e custos operacionais crescentes. As restrições na cadeia de suprimentos global também encareceram as peças, a manutenção do Airbus A380 e os reparos de motores.

Via InvestNews

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.