Safra recorde ajuda em 2025, mas câmbio deve dificultar queda da inflação dos alimentos em 2026

Safra favorável em 2025 não deve impedir alta dos preços dos alimentos em 2026 devido à desvalorização do real e oferta interna limitada.
28/12/2025 às 08:43 | Atualizado há 1 dia
               
Expectativa de safra reduz preços, mas câmbio sofre pressão em ano eleitoral. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

Em 2025, a inflação dos alimentos deu uma trégua graças a uma safra recorde no Brasil e boas colheitas internacionais, além da desvalorização do dólar frente ao real. Isso permitiu queda nos preços de itens essenciais da cesta básica, beneficiando o consumidor.

Para 2026, a expectativa é diferente. Apesar da possibilidade de uma nova safra volumosa, o câmbio desfavorável, com o real estável e sem a valorização do dólar, deve pressionar os preços das carnes e outros alimentos. A manutenção da desvalorização do real pode estimular exportações, reduzindo a oferta interna.

Além disso, o cenário político e o gasto público previsto para o próximo ano indicam que a inflação dos alimentos provavelmente voltará a subir. Produtos como arroz, feijão e leite, que tiveram queda importante em 2025, tendem a registrar alta, impactando o custo de vida das famílias brasileiras.

O preço dos alimentos deu um respiro em 2025, contrariando a alta típica do período, graças a uma safra recorde no Brasil e a boas colheitas internacionais. Este cenário, aliado à desvalorização do dólar frente ao real, contribuiu para a queda dos custos de itens essenciais da cesta básica. Contudo, para 2026, especialistas apontam que essa trégua na inflação dos alimentos dificilmente se repetirá.

A expectativa de mais uma safra volumosa pode ajudar a conter aumentos, mas o câmbio não deve favorecer como neste ano. Com o Brasil em ano eleitoral, a tendência é a manutenção da desvalorização do real, o que pode impulsionar exportações e reduzir a oferta doméstica, pressionando os preços internamente. A política fiscal, com maior gasto público previsto, reforça a possibilidade de câmbio desfavorável.

O alimento em casa teve quedas significativas em vários produtos em 2025, como arroz (-26%), feijão preto (-31%) e leite longa-vida (-10%), segundo o IBGE. Esse cenário beneficiou o bolso do consumidor, especialmente pelo câmbio mais barato, que reduz custos na cadeia produtiva e desestimula exportação.

Para 2026, a previsão é de alta de 7% nos custos da alimentação domiciliar, principalmente pela pressão sobre os preços das carnes, que tendem a ficar mais caras devido ao abate de fêmeas para reprodução. A estimativa de câmbio mais estável, sem o efeito amortecedor do dólar baixo, também contribui para a expectativa de aumento da inflação dos alimentos no próximo ano.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.