O Santander revisou suas projeções para a inflação no Brasil, tanto para este ano quanto para o próximo. A instituição financeira também antecipa que o Banco Central dará início ao ciclo de Corte da Selic em janeiro de 2026. Essa mudança de perspectiva foi detalhada no mais recente relatório de cenário macroeconômico, divulgado nesta sexta-feira.
O banco agora estima que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrará 2025 em 5,1%, uma redução em relação à projeção de 5,4% feita em maio. Esse ajuste reflete o impacto de uma taxa de câmbio mais favorável, que contribuiu para a diminuição da inflação dos bens comercializáveis.
Para 2026, a expectativa é que o IPCA atinja 4,5% no final do ano, exatamente o teto da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central. Anteriormente, a previsão era de um aumento de 4,8%. É importante lembrar que o Banco Central busca manter a inflação em torno de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Segundo os analistas do Santander, o desempenho positivo do real frente ao dólar tem exercido pressão para baixo sobre a inflação, especialmente nos bens que podem ser comercializados internacionalmente. Esse movimento ocorre apesar das incertezas no cenário global e das expectativas em relação ao comportamento das variáveis fiscais.
Ainda de acordo com o relatório, a menor projeção para a alta dos preços no próximo ano se deve a uma menor inércia inflacionária, resultado da mudança na expectativa para 2025.
No que se refere à política monetária do Banco Central, o Santander prevê que a taxa de juros Selic, atualmente em 15% ao ano, permanecerá nesse patamar até o final de 2025. O banco espera que o Corte da Selic em janeiro de 2026, com um gradual afrouxamento até atingir 13% no final do ano seguinte.
Em maio, o relatório do banco indicava a possibilidade de um corte na taxa básica de juros no primeiro trimestre de 2026. O Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou o fim do ciclo de alta da Selic e reforçou a estratégia de manter juros elevados por um período prolongado. A comunicação do Copom tem enfatizado os efeitos defasados do ciclo e a necessidade de cautela.
O Santander manteve suas projeções para o crescimento da economia brasileira, estimando uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,0% em 2025 e de 1,5% em 2026. Além disso, o banco reduziu a previsão para o preço do dólar no final deste ano, de R$ 5,80 para R$ 5,70, e manteve a expectativa de uma taxa de R$ 6,00 para o final de 2026.
Via InfoMoney