O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reuniu para definir a **Selic subir**, impactando diretamente a economia brasileira. A decisão dividiu opiniões entre investidores e economistas, com alguns defendendo a manutenção da taxa atual de 14,75% e outros apostando em um aumento de 0,25 ponto percentual. Essa divergência reflete a complexidade do cenário econômico, com dados recentes apontando tanto para uma possível desaceleração quanto para a resiliência da atividade.
Os defensores da manutenção da Selic argumentam que há sinais claros de uma desaceleração econômica. O recuo do varejo em abril, após três meses de alta, e o avanço mais lento do setor de serviços no mesmo período são indicadores importantes. Além disso, o menor avanço do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em maio também reforça essa perspectiva.
Por outro lado, uma parcela do mercado financeiro acredita que a Selic precisa subir para conter as expectativas de inflação. Apesar dos sinais de arrefecimento, a economia brasileira ainda demonstra resiliência, impulsionada pelo avanço do setor de serviços e por um mercado de trabalho aquecido. Manter a taxa no patamar atual seria prematuro, pois a inflação ainda está acima da meta estabelecida pelo Banco Central.
O cenário externo também exerce pressão sobre a decisão do Copom. A guerra tarifária nos Estados Unidos e a escalada do conflito no Oriente Médio podem gerar impactos na inflação global, caso os preços do petróleo continuem subindo. Esses fatores externos adicionam um grau de incerteza à política monetária brasileira.
Grandes instituições financeiras como JP Morgan, Inter, XP Investimentos, Itaú e Genial Investimentos acreditam na manutenção da Selic, embora com diferentes perspectivas sobre a unanimidade da decisão. O BTG Pactual, por sua vez, defende um ajuste de 0,25 ponto percentual, elevando a taxa para 15% ao ano, como forma de alinhar as expectativas com a política monetária e iniciar um processo de desinflação.
A ata da última reunião do Copom indicava a possibilidade de um novo aumento da Selic, mas declarações recentes de membros do comitê sugerem que a taxa pode ser mantida. A decisão final dependerá da análise cuidadosa dos dados econômicos e do cenário internacional, buscando o equilíbrio entre o controle da inflação e o estímulo ao crescimento econômico.
Via Forbes Brasil