O sistema de navegação BeiDou em smartphones, desenvolvido pela China como alternativa ao GPS americano, continua a expandir sua presença no mercado chinês. Com um número crescente de aplicações no dia a dia, o sistema chinês já marca presença em milhões de dispositivos móveis, especialmente entre fabricantes locais como Huawei e Xiaomi.
Dados recentes da GNSS and LBS Association of China revelam que o ecossistema BeiDou movimentou cerca de US$ 80 bilhões em 2024, representando um crescimento de 7,39% em relação ao ano anterior. Esse aumento reflete a crescente integração do sistema em diversos setores da economia chinesa.
Mais de um trilhão de operações de localização são realizadas diariamente por meio do BeiDou, que está integrado a serviços populares no país como o Baidu Maps e Amap. Juntas, essas plataformas de navegação orientam trajetos que somam 4 bilhões de quilômetros por dia.
A adoção do sistema BeiDou vai além dos smartphones, integrando-se a bicicletas elétricas, drones, wearables e robôs. Essa diversificação impulsiona o uso da tecnologia no cotidiano e fortalece a indústria nacional em áreas como processamento de dados, chips, algoritmos e infraestrutura de satélites.
O projeto, iniciado há mais de três décadas com o lançamento dos primeiros satélites, reflete o esforço do governo chinês em fortalecer sua autonomia tecnológica. Em um cenário de tensões geopolíticas, especialmente com os Estados Unidos, o país investe para reduzir a dependência de serviços estrangeiros como o GPS.
Especialistas apontam para uma tendência de dispositivos fabricados localmente deixarem de oferecer suporte ao GPS por questões de segurança. Em contextos como órgãos públicos e operações militares, o BeiDou tem sido priorizado ou adotado como padrão exclusivo de navegação e mapeamento de alta precisão.
Apesar do amplo uso do GPS globalmente, o BeiDou já oferece funcionalidades similares e, em alguns casos, superiores. A cobertura global do sistema chinês é uma realidade, com a precisão sendo aprimorada em regiões estratégicas como o Sudeste Asiático e países da Nova Rota da Seda.
A China planeja atualizar sua constelação de satélites BeiDou até 2035, visando melhorias no posicionamento em tempo real, com precisão de até 1 centímetro. Os próximos modelos também darão suporte a aplicações em ambientes extremos, como exploração submarina e voos em grandes altitudes.
Via Tecnoblog