A Squadra Gestão de Recursos alerta para as vantagens das recompras de ações em um cenário econômico desafiador. Essa estratégia visa aumentar a participação dos acionistas restantes e tem sido adotada por empresas como Stone e Multiplan. A gestão administra cerca de R$ 18 bilhões e reconhece a relevância dessa ação em meio às incertezas do mercado.
A Stone impressiona com sua performance operacional em pagamentos e negócios bancários, mesmo enfrentando desafios e ceticismo do mercado. A Squadra identificou assimetrias no cenário competitivo e vê um potencial de lucro não refletido nos preços de ações, tornando a empresa atraente para investidores que buscam valor a longo prazo.
Por sua vez, a Multiplan também se destacou ao realizar uma recompra de 16% de seu capital, investindo R$ 2 bilhões. Essa movimentação foi facilitada pela saída do fundo de pensão canadense OTPP. A gestão da Multiplan, respaldada pela Squadra, busca otimizar negociações e atender os interesses de todos os acionistas, sinalizando um futuro promissor após as recompras.
Em um cenário de instabilidade econômica, a Squadra Gestão de Recursos chama a atenção para uma estratégia que pode beneficiar acionistas: as recompras de ação. Essa prática, onde empresas compram suas próprias ações, pode aumentar a participação dos acionistas remanescentes, especialmente quando os papéis são cancelados. A Squadra, que administra cerca de R$ 18 bilhões, destaca Stone e Multiplan como exemplos de empresas que utilizam essa estratégia.
A gestora observa que a Stone superou desafios e demonstra excelente desempenho operacional, tanto no setor de pagamentos quanto na construção de sua oferta bancária para pequenas e médias empresas. Apesar disso, o mercado ainda manifestava dúvidas sobre a rentabilidade, o ambiente competitivo e possíveis mudanças regulatórias. A Squadra, no entanto, via uma assimetria de expectativas, considerando os riscos mais favoráveis.
A rentabilidade do negócio foi um ponto crucial de divergência. Muitos analistas apontavam o baixo return on equity (ROE) contábil da Stone como um sinal de baixa qualidade, ignorando o ágio e o excesso de capital no balanço. A Squadra, após análises de patrimônio regulatório, chegou a retornos do negócio significativamente maiores, o que tornou os múltiplos implícitos nas cotações mais atraentes.
A Squadra Gestão de Recursos aumentou sua posição na Stone, incentivando a administração a usar seus lucros e capital excedente para recomprar ações. Entre julho de 2024 e junho de 2025, a Stone investiu R$ 2,6 bilhões e recomprou 13,5% de seu capital. O CEO da Stone, Pedro Zinner, mudou o indicador de guidance de lucro nominal para lucro por ação, refletindo melhor o valor para os acionistas. Diante da valorização das ações, a Squadra reduziu sua posição, mas reconhece a atuação da administração.
A Multiplan também se destacou, recomprando 16% de seu capital com um investimento de R$ 2 bilhões. Essa recompra de ação foi possível devido à saída do fundo de pensão canadense Ontario Teachers’ Pension Plan (OTPP), que estava na Multiplan desde 2006. A saída do OTPP exigia que o comprador aderisse ao acordo de acionistas, com José Isaac Peres, fundador da empresa, tendo direito de preferência na aquisição.
Uma resolução da CVM proibia a aquisição de ações da empresa por acionistas controladores, visando proteger os minoritários de negociações desfavoráveis. No entanto, a Squadra argumentou que essa norma não estava defendendo os interesses da empresa e dos minoritários. A gestão da Multiplan buscou assessoria jurídica para viabilizar uma transação que beneficiasse a companhia.
Em setembro, foi anunciado que a aquisição da participação seria dividida entre Peres (19%) e a Multiplan (81%). Peres cedeu seu direito de preferência para que a empresa pudesse adquirir a maior parte, o que foi aprovado pelos acionistas. A Squadra voltou a investir na Multiplan no final de 2024, quando o OTPP começou a sair do investimento.
Com a valorização do valor intrínseco pós-recompra de ação não acompanhada pelas cotações, a Squadra aumentou sua alocação para níveis vistos apenas durante a crise de 2008. Essa manobra demonstra a confiança da gestora na estratégia e no potencial de valorização da empresa.
Via Brazil Journal