Após o aumento de capital da Oncoclínicas, a Starboard sugeriu um plano de recapitalização. A proposta inclui a conversão de R$ 1,7 bilhão em dívida para ações e um adicional de R$ 800 milhões para reforçar a saúde financeira da empresa.
A Starboard considera necessária uma abordagem mais robusta do que o aumento de capital de R$ 1,5 bilhão anterior. De acordo com suas avaliações, eles acreditam que um investimento total de R$ 2,5 bilhões é essencial para solucionar os problemas de liquidez enfrentados pela Oncoclínicas.
Além da revitalização financeira, a Starboard quer participar ativamente da governança, propondo mudanças como a saída do atual CEO. A gestora acredita que, com as devidas mudanças, a Oncoclínicas pode melhorar sua performance e se tornar mais competitiva no mercado.
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Após o anúncio do aumento de capital da Oncoclínicas, a Starboard apresentou uma proposta de ‘rescue recapitalization’ ao conselho da empresa. A proposta inclui a conversão de R$ 1,7 bilhão de dívida em equity e um aumento de capital de mais R$ 800 milhões, visando fortalecer a estrutura financeira da companhia.
A Starboard propõe uma solução mais robusta do que o aumento de capital de R$ 1,5 bilhão inicialmente planejado pela Oncoclínicas. Segundo a Starboard, seria necessário um total de R$ 2,5 bilhões para efetivamente resolver os problemas de capital da empresa.
A avaliação da Starboard aponta que a alavancagem da Oncoclínicas é ainda maior do que a divulgada no balanço. No segundo trimestre, a empresa reportou uma dívida líquida de aproximadamente R$ 4 bilhões, com uma alavancagem de 4,4 vezes o EBITDA. No entanto, a Starboard ajusta esse número, considerando questões não operacionais como a venda de hospitais, elevando a alavancagem para acima de 7 vezes.
Parte do caixa da Oncoclínicas estaria alocada em CDBs do Banco Master, resultado do aumento de capital de R$ 1,5 bilhão realizado em maio do ano anterior. A Starboard estima que o valor alocado nesses títulos varia entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões. A gestora entende que esses recursos não estariam disponíveis para o serviço da dívida, o que agrava a necessidade de uma solução de alavancagem mais expressiva.
A proposta da Starboard envolve a compra de R$ 1,7 bilhão em debêntures da companhia no mercado, com um haircut de 50%. Essa quantia seria convertida em equity, com a Starboard recebendo dois bônus de subscrição para cada ação convertida. Além disso, a gestora propõe um aumento de capital de R$ 800 milhões, onde a Starboard aportaria R$ 200 milhões e os demais acionistas o restante.
Após a conclusão dessa operação, a Starboard almeja deter pelo menos 40% do capital da Oncoclínicas e ter uma participação no conselho proporcional a essa fatia. Atualmente, os maiores acionistas da empresa são o Centaurus (com 37%), o Banco Master (com 15%), a Latache (com 14%) e o CEO Bruno Ferrari (com 8%).
A Starboard também propõe a saída do CEO Bruno Ferrari, que permaneceria apenas no conselho. A gestora sugere a criação de um novo cargo, de chief restructuring officer (CRO), que seria indicado pela Starboard e trabalharia em conjunto com o CFO Cristiano Camargo, que a gestora propõe manter no cargo.
O conselho da Oncoclínicas agora deve avaliar a proposta da Starboard e decidir os próximos passos. Apesar da situação financeira delicada, a Starboard avalia que a Oncoclínicas possui um bom core business, com capacidade de gerar economias para os planos de saúde nos tratamentos de câncer e com um corpo clínico de excelência.
A avaliação da Starboard é que a empresa errou ao investir em hospitais e ao manter um SG&A elevado em relação ao seu tamanho e aos seus pares. A gestora acredita que, com um Investimento na Oncoclínicas de R$ 2,5 bilhões e a saída dos hospitais, a empresa poderia alcançar uma alavancagem de 2,5 vezes, tornando-se financeiramente mais saudável.
Nos últimos 12 meses, a ação da Oncoclínicas registrou uma queda de 46%, mas apresentou uma alta de 8,4% nos últimos cinco dias. Atualmente, o valor de mercado da empresa é de R$ 2,1 bilhões.
Via Brazil Journal
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