No Brasil, menos de 10% dos resíduos sólidos são reciclados, segundo dados da Fundação Dom Cabral e do Instituto Atmos. A rastreabilidade de reciclagem surge como uma solução para monitorar o caminho do lixo, garantindo que ele chegue ao destino correto. A startup Yattó, criada em 2015, desenvolveu um sistema que acompanha todo o ciclo dos resíduos, desde a origem até a transformação final.
Desde 2021, a empresa já processou mais de 1.800 toneladas de embalagens plásticas flexíveis, um material com alto grau de dificuldade para reciclagem. Entre seus parceiros estão grandes nomes como Mosaic e Liza, que buscam integrar a sustentabilidade em suas operações. Com a pressão crescente por transparência ambiental, a tecnologia se torna essencial para validar a eficácia dos processos.
“Nosso sistema comprova o destino final de cada material, seja como novo produto, embalagem ou resina”, explica Leonardo Lopes, cofundador da Yattó. A plataforma oferece dados em tempo real, permitindo que empresas acompanhem cada etapa do ciclo de vida dos resíduos. Essa abordagem combate um dos maiores problemas da cadeia: a falta de confiança no processo.
O baixo índice de reciclagem no país contrasta com a geração anual de 81 milhões de toneladas de resíduos. A trackability digital pode ser um passo decisivo para mudar esse cenário, especialmente em um mercado onde consumidores e reguladores exigem comprovação de práticas sustentáveis. A Yattó não é a única no setor, mas seu modelo chama atenção pela integração com grandes players industriais.
Além do plástico, a startup também atua com outros materiais, ampliando seu impacto na economia circular. O desafio agora é escalar a tecnologia para que mais empresas adotem a rastreabilidade como padrão, não apenas como diferencial. Enquanto isso, o sistema segue registrando cada tonelada processada, criando um histórico verificável de sustentabilidade.
Via Exame