A Fraude na Builder.ai veio à tona após a denúncia de que a automação prometida pela startup era, na verdade, realizada manualmente por cerca de 700 engenheiros indianos. Em vez de algoritmos de inteligência artificial, os profissionais eram responsáveis por toda a programação. A empresa vendia o serviço como se fosse resultado de tecnologia avançada.
A Builder.ai captou US$ 450 milhões em financiamento, com o apoio de Microsoft e da Autoridade de Investimentos do Qatar. A empresa simulava uma tecnologia que não existia, enganando clientes e investidores ao disfarçar trabalho humano como inovação.
A startup chegou a declarar insolvência, mas ainda não há confirmação se isso foi resultado da descoberta dos trabalhadores indianos. A empresa também simulou negócios com a startup indiana de mídia social VerSe Innovation por anos para inflar suas vendas. A descoberta foi feita por uma análise de documentos da Bloomberg.
Este não é um caso isolado. Em 2024, a Amazon também foi acusada de empregar trabalhadores indianos para monitorar lojas da Amazon Fresh, que prometiam funcionar sem caixas. O sistema Just Walk Out, vendido como inteligência artificial e posteriormente descontinuado, dependia de mais de 1.000 funcionários indianos que assistiam remotamente às câmeras das lojas para revisar as compras.
A prática de simular automação com trabalho manual, especialmente em empresas de tecnologia, levanta questões sobre a ética e a transparência no setor. Investidores e clientes esperam que as soluções oferecidas correspondam ao que é prometido, e a fraude na Builder.ai destaca a importância da verificação e da auditoria rigorosa nas operações de startups.
A situação também serve de alerta para outras empresas que podem estar adotando práticas semelhantes, buscando atalhos para apresentar resultados rápidos e atrair investimentos. A longo prazo, a falta de transparência e a simulação de tecnologias podem comprometer a reputação e a sustentabilidade dessas empresas, além de prejudicar a confiança no mercado de tecnologia como um todo.
É fundamental que as empresas de tecnologia priorizem a honestidade e a transparência em suas operações, garantindo que os clientes e investidores estejam cientes das limitações e dos processos por trás das soluções oferecidas. A Fraude na Builder.ai serve como um lembrete de que a confiança é um dos pilares fundamentais para o sucesso no mercado de tecnologia.
Casos como o da Builder.ai e da Amazon demonstram que a busca por inovação e automação não pode justificar a falta de ética e a enganação. A utilização de trabalho humano para simular tecnologias avançadas não só prejudica os trabalhadores envolvidos, mas também mina a credibilidade de todo o setor de tecnologia.
Via Startups