Com a popularização do WhatsApp no Brasil, muitas empresas passaram a usar o aplicativo como canal de comunicação com clientes. No entanto, algumas Startups no WhatsApp vão além, utilizando a plataforma da Meta como base para seus negócios. Startups como Magie, Alfredo e Jota encontraram no WhatsApp uma forma de se conectar com os usuários e oferecer serviços.
De acordo com a Statista, mais de 147 milhões de brasileiros usam o WhatsApp, sendo que 96% acessam o aplicativo diariamente. Esse alto engajamento chamou a atenção de startups que buscam market share. Guilherme Horn, Head do WhatsApp no Brasil, destaca que essas empresas identificaram um hábito já consolidado: o uso frequente do aplicativo.
Em vez de criar um novo aplicativo e investir em aquisição de clientes, elas optaram por integrar suas soluções ao WhatsApp. A fintech Magie, por exemplo, utiliza inteligência artificial para oferecer serviços financeiros via comandos de texto dentro do aplicativo. Com menos de um ano de operação, a Magie já ultrapassou 25 mil clientes e transacionou mais de R$ 350 milhões.
Luiz Ramalho, CEO da Magie, explica que a escolha pelo WhatsApp foi estratégica para a construção da marca e rápida aquisição de clientes. A startup Alfredo, assistente pessoal que automatiza tarefas, também viu no WhatsApp uma oportunidade. Fernanda Weiden, fundadora da Alfredo, percebeu durante os testes que os usuários preferiam centralizar as atividades no WhatsApp.
Esse modelo de negócio se beneficia da integração com a rotina dos usuários, característica dos superapps. O lançamento da Cloud API, em 2023, pela Meta, facilitou a criação de soluções dentro do WhatsApp. Isso permitiu que as startups escalassem seus negócios sem depender de um canal próprio. Muitas empresas que começaram testando suas soluções no aplicativo acabaram tornando-o central em suas operações.
Luiz Ramalho, da Magie, afirma que a empresa está totalmente focada no WhatsApp. O apoio da Meta e a visão do aplicativo como plataforma deram segurança à startup. A operação brasileira da Meta se tornou referência global em inovação no WhatsApp. Guilherme Horn revela que a empresa planeja ampliar o suporte a novos negócios dentro do aplicativo, possivelmente criando um hub para fomentar essas ideias em 2025.
A dependência do WhatsApp, no entanto, traz desafios. Uma instabilidade no serviço, como a ocorrida em 11 de dezembro, que deixou o aplicativo fora do ar por quatro horas, impacta diretamente as startups que operam exclusivamente na plataforma. Para Fernanda Weiden, da Alfredo, as falhas fazem parte do processo.
Luiz Ramalho, da Magie, reconhece os riscos da dependência e planeja criar canais alternativos, mantendo o WhatsApp como principal. Investidores também estão de olho nas Startups no WhatsApp. Sasha Kaletski, da Creator Ventures, acredita que o WhatsApp representa uma grande mudança de plataforma e vê potencial de crescimento nesse mercado.
A Jota, startup que funciona como assistente financeiro dentro do WhatsApp para PMEs, recebeu recentemente um aporte de US$ 8,9 milhões. A Magie, que inicialmente enfrentou resistência de investidores, levantou R$ 22 milhões com a Lux Capital, após ganhar tração no mercado. Luiz Ramalho destaca que, com o crescimento da Magie, bancos como o Itaú começaram a oferecer serviços semelhantes no WhatsApp.
Apesar da concorrência, a Magie se mantém otimista. O lançamento de um produto de open banking, que unifica as contas do usuário em sua interface, gerou um pico de uso. Para Guilherme Horn, a experiência do usuário é o diferencial das startups, permitindo que elas compitam com grandes empresas. Fernanda Weiden concorda, afirmando que há muito espaço para inovação no WhatsApp.
Via Startups
