No competitivo setor automotivo, as montadoras exploram novas fontes de receita. O aftermarket, que compreende serviços e venda de peças, representa 20% do faturamento das concessions. A Stellantis, responsável por marcas como Fiat e Jeep, decidiu investir na venda de peças usadas, inaugurando um centro em Osasco, SP, para desmantelar veículos e reaproveitar componentes.
O Centro de Desmontagem Veicular permite que a Stellantis aproveite carros que não têm mais utilidade. Com essa medida, a empresa busca atender a demanda por peças com preços mais acessíveis. Essa estratégia visa capturar uma fatia do mercado de peças usadas, que movimenta cerca de R$ 2 bilhões no Brasil.
A unidade de Osasco se destaca por sua capacidade de desmontar 27 carros por dia, muito além da média nacional. A reciclagem automotiva ainda tem muito a crescer no Brasil, que apresenta baixos índices em comparação a países desenvolvidos. A Stellantis, com foco na sustentabilidade, também colabora com diversos parceiros para a venda de materiais recicláveis.
No dinâmico mercado automotivo, as montadoras buscam constantemente novas fontes de receita, indo além da simples venda de veículos. Uma parcela considerável do faturamento, cerca de 20%, provém do aftermarket, que engloba os serviços prestados pelas concessionárias aos clientes que já adquiriram seus carros. A maior parte dessa receita é gerada pela venda de peças usadas de carros para reposição.
Nesse contexto, a Stellantis, empresa responsável pelas marcas Fiat e Jeep, entre outras, surpreende ao investir no mercado de peças usadas de carros, um setor que, de certa forma, concorre com a venda de peças novas. A montadora inaugurou em Osasco (SP) uma “linha de desmontagem”, onde carros são desmantelados para reaproveitamento de componentes.
A iniciativa da Stellantis visa dar uma nova destinação a veículos que já atingiram o fim de sua vida útil ou que sofreram acidentes irreparáveis. O Centro de Desmontagem Veicular tem como objetivo aproveitar as peças usadas de carros em bom estado, recondicioná-las e oferecê-las no mercado a preços mais acessíveis.
Essa estratégia não compete diretamente com a venda de peças novas, uma vez que as peças não originais dominam 80% do mercado. A Stellantis busca, com essa iniciativa, enfrentar a concorrência das peças novas produzidas por fabricantes independentes, que movimentam cerca de R$ 140 bilhões anualmente.
O público-alvo principal são os proprietários de veículos com mais de três anos de uso, que geralmente não recorrem às concessionárias para manutenção. A Stellantis busca, assim, conquistar uma fatia do mercado de peças usadas de carros, que fatura cerca de R$ 2 bilhões.
A unidade de Osasco é a primeira da Stellantis na América do Sul e a segunda no mundo, seguindo o modelo de uma fábrica instalada em Turim, na Itália. Outras montadoras, como BMW, Mercedes, Renault, Toyota e Nissan, também possuem instalações semelhantes.
O processo de desmontagem gera cerca de 400 itens reutilizáveis, com algumas peças apresentando maior demanda do que outras. A Stellantis adquire veículos considerados perda total em leilões de seguradoras, selecionando criteriosamente o material a ser reaproveitado.
Um dos critérios de seleção é o nível de desgaste das peças, que é avaliado em uma escala de 1 a 9. Peças com notas de 1 a 3 são descartadas, enquanto as demais são recondicionadas e vendidas de acordo com sua condição.
As vendas são realizadas no próprio centro de desmontagem, batizado de Circular Autopeças, e também em uma loja online no Mercado Livre. A iniciativa da Stellantis contribui para o reaproveitamento de materiais como aço, ferro, alumínio e cobre, que representam cerca de 75% do peso de um automóvel.
Nos Estados Unidos, 20% da produção anual de aço provém da reciclagem de carros, totalizando 14 milhões de toneladas. Enquanto países como EUA, Europa e Japão reciclam entre 90% e 100% de seus veículos, o Brasil ainda registra um índice de apenas 1,5%.
Na unidade da Stellantis, cada tipo de metal é vendido para um parceiro específico, como a ArcelorMittal, que adquire a chapa das latarias. Até mesmo os fluidos de óleo de motor, câmbio e freio podem ser reutilizados, passando por um processo de refino que os transforma em óleo novo.
A Stellantis europeia, em parceria com a Total Energies, lançou uma linha de lubrificantes produzidos exclusivamente com óleo re-refinado, buscando promover uma imagem mais sustentável. O projeto da Stellantis industrializa um processo que, no Brasil, ainda é realizado de forma artesanal. Os 7,3 mil desmanches credenciados pelo Detran reciclam, em média, um ou dois carros por mês, enquanto a unidade da Stellantis tem capacidade para desmontar 27 carros por dia, totalizando 8,4 mil veículos por ano.
Apesar desse avanço, a iniciativa ainda representa uma pequena parcela da frota brasileira, que conta com 50 milhões de veículos e recebe 2,5 milhões de novos modelos anualmente. A reciclagem automotiva, sem dúvida, apresenta um grande potencial de crescimento no país.
Via InvestNews