A Braskem, uma das maiores petroquímicas do Brasil, está em processo de venda, com Nelson Tanure como o principal candidato. Depois de sete anos de tentativas, a negociação pode estar próxima de um desfecho. O apoio da Novonor e a possível aprovação da CEO da Petrobras, Magda Chambriard, são fatores que influenciam essa transação.
Com um histórico de negociações que não se concretizaram, a Braskem está familiarizada com processos de aquisição. O desafio é superar a resistência dentro da Petrobras, que detém 47% das ações da empresa. Tanure enfrenta ceticismo por sua falta de experiência no setor e seu histórico como investidor de curto prazo.
Além disso, a Braskem lida com um grande passivo devido à crise em Maceió. A venda pode ser uma oportunidade para reparar os danos à população local. As demandas por gestão financeira robusta e transformações operacionais refletem um cenário complexo, enquanto a pressão dos bancos credores complica ainda mais a situação.
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A venda da Braskem, uma das maiores petroquímicas do Brasil, segue com Nelson Tanure como o principal candidato a assumir o controle. Após sete anos de tentativas, a negociação pode estar perto de um desfecho, com o apoio da Novonor e a possível aprovação da CEO da Petrobras, Magda Chambriard. Tanure se destaca por conhecer o impacto da crise de Maceió nas finanças da empresa, um fator crucial nas negociações.
A Braskem já está acostumada com processos de aquisição, tendo inclusive um departamento dedicado a atender due diligences. As negociações anteriores com empresas como Unipar, J&F e Adnoc não foram concretizadas. Tanure, que já realizou auditorias financeiras e avaliações geológicas em Maceió, representa a mais recente tentativa de aquisição.
A Novonor (antiga Odebrecht) firmou um acordo de exclusividade com Tanure, permitindo que mantenha cerca de 4% do capital da Braskem. Essa participação é importante para a Novonor em seu plano de recuperação judicial, mas pode ser um ponto de conflito com os credores.
A Petrobras, que detém 47% das ações com direito a voto na Braskem, tem um papel crucial nessa negociação. A resistência a Tanure dentro da Petrobras se deve à sua falta de experiência no setor petroquímico e à sua reputação de investidor de curto prazo.
Os bancos credores, incluindo Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e BNDES, são um obstáculo importante. Eles detêm as ações da Braskem como garantia de uma dívida de cerca de R$ 19 bilhões da Novonor. O histórico de Tanure em reestruturações financeiras gera cautela nessas instituições.
Enquanto Tanure ganha força, bancos e a gestora IG4, liderada por Paulo Mattos, propõem um plano alternativo. Esse plano envolve aporte de capital, conversão de dívidas em ações e a migração da Braskem para o Novo Mercado da B3, com maior influência da Petrobras.
A proposta da IG4 conta com o apoio dos bancos, mas só poderá avançar após o fim da exclusividade de Tanure. Alguns veem o plano da IG4 como uma estratégia dos bancos para negociar melhores condições com Tanure. A Petrobras, com seu poder de voto, será decisiva na escolha final.
Além dos desafios financeiros, a Braskem enfrenta um passivo bilionário devido ao afundamento do solo em Maceió. Segundo o balanço do primeiro trimestre, a exposição remanescente é de R$ 8,4 bilhões, após R$ 14,8 bilhões já gastos ou provisionados.
O senador Renan Calheiros defende que a venda da Braskem seja usada para reparar os danos causados à população de Maceió. Enquanto Tanure conta com a Aecom, a IG4 busca um acordo com o Ministério Público e tenta resolver um processo na Holanda.
A Braskem possui um caixa robusto de cerca de US$ 2 bilhões, mas opera com alta alavancagem e um valor de mercado inferior a R$ 8 bilhões. Fontes internas reconhecem que o impasse na venda da Braskem prejudica os planos de modernização da empresa.
Entre as prioridades da Braskem está a substituição da nafta por gases mais baratos, como etano e propano, e o aumento da produção de plásticos sustentáveis. A meta é multiplicar por cinco a capacidade atual de polímeros verdes, chegando a 1 milhão de toneladas por ano.
O cenário global também pesa, com empresas como Dow Chemical e LyondellBasell reportando queda de resultados. A expectativa é que a novela da venda da Braskem termine ainda este ano, encerrando o longo processo de due diligence.
Via InvestNews
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