Tarifas dos EUA podem resultar na perda de 146 mil empregos no Brasil

Estudo revela que tarifas dos EUA podem cortar 146 mil empregos e afetar o PIB em até R$ 110 bilhões.
06/08/2025 às 10:24 | Atualizado há 2 meses
Tarifas dos Estados Unidos
Perda de renda familiar pode chegar a R$ 2,74 bilhões, afetando o PIB em R$ 110 bilhões. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

As novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros podem ter um impacto significativo na economia do Brasil. Segundo estudo da Fiemg, a medida pode resultar em uma redução de até R$ 110 bilhões no PIB nacional a longo prazo. Além disso, a previsão é de que 146 mil empregos sejam perdidos, gerando uma crise de renda para muitas famílias brasileiras.

Os setores que mais sentirão os efeitos das tarifas incluem siderurgia, fabricação de calçados e produtos de madeira. A agropecuária, especialmente a cadeia da carne bovina, também enfrentará desafios. As tarifas adicionais de 40% aplicadas a produtos brasileiros são uma ameaça direta, afetando 55% das exportações para os EUA, ampliando a crise econômica.

A Fiemg advertiu que Minas Gerais, um dos principais exportadores para o mercado americano, será severamente impactada. O estado poderá perder R$ 4,7 bilhões no PIB e 30 mil postos de trabalho nos próximos dois anos. O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, ressaltou a necessidade de uma ação diplomática do Brasil para mitigar os danos e proteger os interesses econômicos e sociais.
A imposição de Tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros pode gerar um impacto significativo na economia nacional. A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) simulou os possíveis efeitos dessa medida, indicando uma redução de R$ 25,8 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) no curto prazo.

Essa projeção pessimista se estende a longo prazo, com uma possível diminuição de até R$ 110 bilhões. Além do impacto no PIB, a Fiemg também prevê uma redução de 146 mil postos de trabalho, tanto formais quanto informais, afetando diretamente a renda das famílias brasileiras.

O estudo da Fiemg aponta que os setores industriais mais afetados pelas Tarifas dos Estados Unidos serão a siderurgia, a fabricação de produtos de madeira, calçados e máquinas e equipamentos mecânicos. A agropecuária também sentirá os impactos, principalmente na cadeia da carne bovina, que não está inclusa na lista de isenções tarifárias.

A medida impõe tarifas adicionais de 40% sobre diversos produtos brasileiros exportados para os EUA, que já sofriam com tarifas de 10% desde abril deste ano. A Fiemg estima que 55% das exportações brasileiras para os EUA serão afetadas, mesmo após a isenção de cerca de 700 produtos.

Em 2024, o Brasil exportou aproximadamente US$ 40,4 bilhões para os EUA, representando 1,8% do PIB nacional. Metade desse valor se concentra em combustíveis minerais, ferro, aço, máquinas e equipamentos, que serão diretamente impactados pelas novas Tarifas dos Estados Unidos.

Minas Gerais, o terceiro maior estado exportador para os EUA, com US$ 4,6 bilhões em exportações em 2024, também será atingido. Cerca de 37% das exportações do estado, como ferro fundido, ferro-nióbio e aeronaves, estão isentas. No entanto, 63% da pauta mineira permanece sujeita às tarifas, afetando produtos como café, carnes bovinas e tubos de aço.

A economia mineira poderá ter uma perda de R$ 4,7 bilhões no PIB e uma redução de mais de 30 mil empregos em até dois anos. A longo prazo, os impactos podem ultrapassar R$ 15,8 bilhões no PIB estadual e eliminar mais de 172 mil postos de trabalho. Os setores de siderurgia, pecuária, fabricação de produtos da madeira e calçados serão os mais afetados pelas Tarifas dos Estados Unidos.

O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, ressaltou a necessidade de diálogo institucional e maturidade para enfrentar a situação. Ele destacou que a imposição das Tarifas dos Estados Unidos foi unilateral e sem negociação com o governo brasileiro. Roscoe enfatizou a importância de o Brasil atuar diplomaticamente para ampliar o número de produtos isentos, preservar a competitividade no mercado internacional e proteger empregos e investimentos nacionais.

As novas Tarifas dos Estados Unidos representam um desafio para a economia brasileira, com potencial para afetar diversos setores e gerar impactos negativos no PIB e no mercado de trabalho. A atuação diplomática do governo brasileiro será fundamental para mitigar esses efeitos e buscar alternativas que preservem os interesses do país no comércio internacional.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.