Taxa de juros neutra no Brasil estimada em 8%, segundo economista

Economista afirma que juros neutros no Brasil estão em 8%, acima dos 5% indicados pelo BC, devido ao estímulo fiscal mais forte.
16/12/2025 às 14:45 | Atualizado há 5 horas
               
Taxa neutra do Brasil é 8%, impactada por desafios fiscais, diz Fábio Kanczuk. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

A taxa de juros neutra no Brasil está estimada em torno de 8%, segundo o economista Fábio Kanczuk, do ASA. Ele explica que a política fiscal atual, mais expansionista, requer juros reais mais elevados para manter o equilíbrio econômico e controlar a inflação.

Apesar da Selic estar alta, o efeito contracionista só foi sentido a partir de março, quando os juros reais atingiram esse patamar. Kanczuk destaca que isso ajuda a entender a lenta desaceleração econômica recente.

Para 2026, o Banco Central pode iniciar cortes graduais nos juros, mas a inflação ainda é uma preocupação. A política monetária deve seguir expansionista, com atenção aos riscos de inflação acima da meta em ano eleitoral.

A taxa de juro neutra no Brasil estaria em torno de 8%, diferente dos 5% indicados pelo Banco Central, avalia Fábio Kanczuk, diretor de macroeconomia do ASA. Para ele, o atual estímulo fiscal exige juros reais mais elevados para equilibrar a economia, evitando aceleração da inflação ou queda brusca no crescimento.

Apesar da Selic estar em patamar considerado contracionista, Kanczuk destaca que esse efeito só ocorreu a partir de março, quando os juros reais atingiram 8%. Isso explicaria a lentidão na desaceleração econômica nos últimos anos, mesmo com juros nominais altos.

Segundo o ASA, a taxa de juro neutra elevada reflete a política fiscal expansionista vigente. Jeferson Bittencourt, economista do ASA, comenta que o compromisso fiscal do governo tem sido cumprido por meio de ajustes com menor qualidade, como cortes em despesas que não impactam o limite fiscal, gerando desconfiança dos investidores e pressão sobre a curva de juros.

Para 2026, a expectativa é que o Banco Central comece a reduzir os juros, com possível corte de 0,25 ponto percentual em janeiro e outro de 0,50 em março. Kanczuk aponta que o BC flexibilizou seu discurso, abrindo caminho para a queda da Selic, dependendo dos dados econômicos.

O cenário para a segunda metade de 2026 traz atenção para a proximidade das eleições, com a inflação próxima a 4% e política econômica considerada estimulativa. Kanczuk alerta para risco maior de alta na inflação acima da meta do que queda expressiva, indicando que a Selic seguirá elevada, mas a política já deve ser considerada expansionista.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.