A Telefónica, empresa controladora da **Vivo**, está considerando a venda de parte da Vivo no Brasil, mais precisamente, até 20% de sua participação. Essa estratégia visa levantar fundos para uma possível expansão no mercado europeu. A informação, que ganhou destaque na imprensa espanhola, sugere que a operação brasileira, até então vista como um dos pilares da empresa na América Latina, pode estar passando por mudanças significativas.
A decisão da Telefónica surge em um momento de revisão estratégica do grupo. De acordo com o jornal El Economista, a venda de parte da Vivo é uma das principais alternativas em análise. A outra opção seria um aumento de capital, que não afetaria diretamente a operação da Vivo no Brasil. O objetivo principal é fortalecer a capacidade financeira da empresa para possíveis fusões e aquisições em mercados europeus, sem comprometer sua saúde financeira.
Atualmente, a Telefónica detém cerca de 70% da sua subsidiária brasileira. A **venda de parte da Vivo**, equivalente a quase 20%, poderia gerar uma receita de mais de 3 bilhões de euros, aproximadamente R$ 16 bilhões na cotação atual. Mesmo com a venda, a Telefónica manteria o controle acionário da operadora. Essa estratégia implica em abrir mão de uma parcela dos dividendos gerados pela Vivo, mas, em contrapartida, reduziria a exposição da Telefónica à volatilidade do real.
O presidente executivo da Telefónica, Marc Murtra, tem enfatizado que a prioridade da empresa é o mercado europeu, com o objetivo de realocar recursos para essa região. Essa orientação estratégica pode justificar a venda de parte da Vivo, mesmo considerando a relevância da operação brasileira. A Vivo, por sua vez, possui uma forte presença no mercado de telefonia móvel, liderando o setor com uma participação de mercado de aproximadamente 40%, superando concorrentes como Claro e TIM.
A venda de parte da Vivo marca uma mudança em relação à estratégia adotada nos últimos anos. Desde 2019, a Telefónica tem passado por uma reestruturação, que resultou na alienação de operações em diversos países da América Latina, como México, Argentina, Equador e Peru. No entanto, o Brasil sempre foi mantido como um mercado prioritário, juntamente com Alemanha, Espanha e Reino Unido. Com a possível venda de parte da Vivo, a Telefónica busca equilibrar seus investimentos e priorizar sua expansão na Europa.
Via Tecnoblog