O Telescópio Webb, da NASA, tem revolucionado a observação do **buraco negro** supermassivo no centro da Via Láctea, nossa galáxia. As imagens captadas revelam eventos caóticos e cintilações luminosas intensas, proporcionando uma visão inédita da região influenciada pela enorme força gravitacional do **buraco negro**.
Desde seu lançamento em 2021 e início da coleta de dados em 2022, o Telescópio Webb permite que astrônomos monitorem o entorno do Sagittarius A* (Sgr A*) por longos períodos. Essa observação contínua permitiu identificar padrões de atividade antes imperceptíveis, mostrando que a região está em constante mudança.
Os pesquisadores notaram uma cintilação constante de luz proveniente do disco de gás que circunda o **buraco negro**, chamado disco de acreção. Essa cintilação parece emanar de materiais muito próximos ao horizonte de eventos, o ponto a partir do qual nada escapa.
Além disso, foram registradas explosões ocasionais, com uma a três grandes explosões a cada 24 horas, intercaladas com explosões menores. Segundo o astrofísico Farhad Yusef-Zadeh, o disco de acreção é uma área turbulenta, onde o gás se torna ainda mais caótico e comprimido pela gravidade extrema do **buraco negro**.
Howard Bushouse, outro astrofísico envolvido no estudo, explica que as explosões podem ser resultado de bolhas de gás colidindo e sendo comprimidas por fortes campos magnéticos no disco, de forma semelhante às explosões solares, mas em um nível energético muito superior.
É importante ressaltar que as observações do Telescópio Webb não são do **buraco negro** em si, mas do material ao seu redor. O Sgr A* possui uma massa equivalente a quatro milhões de vezes a do nosso Sol e está localizado a cerca de 26.000 anos-luz da Terra.
Embora os eventos observados sejam notáveis, o Sgr A* é considerado relativamente calmo em comparação com **buracos negros** em outras galáxias. As novas descobertas são resultado de 48 horas de observações contínuas, divididas em sete períodos ao longo de um ano, com o objetivo de medir o brilho na região do **buraco negro**.
Essas observações revelam informações valiosas sobre a interação entre **buracos negros** e seus ambientes. Yusef-Zadeh destaca que aproximadamente 90% do material do disco de acreção é absorvido pelo **buraco negro**, enquanto o restante é expelido de volta ao espaço.