A multinacional Thales, com sede em São Bernardo do Campo, é uma referência no Brasil em defesa, aeronáutica e cibersegurança. Com mais de 50 anos de atuação, a empresa opera um parque de radares com mais de 130 equipamentos, além de colaborar com a Embraer no desenvolvimento de aeronaves.
Com 1.300 funcionários distribuídos em cinco unidades no Brasil, a Thales investe em pesquisa e desenvolvimento, com 4 bilhões de euros anuais. O crescimento da empresa reflete a demanda crescente por soluções em defesa e cibersegurança, especialmente em um cenário geopolítico instável.
A Thales tem também um importante papel na produção de cartões de crédito ecológicos, gerando um impacto significativo no mercado brasileiro. O cartão de crédito se tornou essencial nas finanças pessoais, acompanhando o avanço das fintechs e as novas tendências de transações digitais.
A multinacional francesa Thales mantém uma operação significativa no Brasil, com sede em São Bernardo do Campo, São Paulo, onde atua em setores como defesa, aeronáutica e cibersegurança. Com mais de 50 anos no país, a empresa trabalha principalmente com radares, tendo um parque ativo de mais de 130 equipamentos, e desenvolve sistemas para a indústria aeroespacial, incluindo parceria com a Embraer no cargueiro militar KC-390 e no projeto do eVTOL.
A operação da Thales no Brasil conta com cerca de 1.300 funcionários e está distribuída entre cinco unidades, incluindo escritórios comerciais em São Paulo, São José dos Campos, Rio de Janeiro e Brasília. As fábricas localizadas em São Bernardo, Pinhais e Barueri são especializadas respectivamente em defesa e aviação; fabricação de cartões bancários, SIM cards e documentos eletrônicos; e desenvolvimento de cartões inteligentes aliado a pesquisa em segurança digital.
Discrição é marca nas atividades da empresa, justificada pela atuação em áreas sensíveis como defesa e proteção cibernética. A companhia realiza investimentos expressivos em pesquisa e desenvolvimento, com aporte anual próximo de 4 bilhões de euros, voltados sobretudo para inteligência artificial e serviços em nuvem, cifra que deve subir para 5 bilhões de euros até 2028.
Luciano Macaferri, vice-presidente para América Latina e diretor-geral da empresa no Brasil, destaca que nenhum outro país possui mais radares para controle de espaço aéreo da Thales do que o Brasil. Ele também aponta que, apesar da pandemia, a empresa entregou seus compromissos desde 2018, reforçando a competitividade do mercado brasileiro nessa área. Entre 2016 e 2027, o investimento aporta mais de 130 milhões de reais via Omnisys, subsidiária nacional da companhia.
Além do setor de defesa aérea, outro braço de negócios da Thales trata da fabricação de cartões de crédito. A empresa já produziu mais de 30 milhões de unidades ecológicas para o mercado brasileiro, que é considerado um dos três maiores sistemas de pagamento do mundo. Neste segmento, o crescimento nas transações por aproximação em 2024 chegou a 48,3%, movimentando aproximadamente 1,5 trilhão de reais, enquanto as compras digitais superaram 979 bilhões.
Macaferri destaca que o cartão de crédito evoluiu de mera ferramenta de transação para acessório essencial nas finanças pessoais, principalmente a partir do avanço das fintechs, onde o cartão pode ser o único contato físico do cliente com o serviço bancário. A Thales também tem presença em projetos de biometria e autenticação de identidade para órgãos públicos, como as polícias Civil e Federal e o governo do Distrito Federal.
O cenário geopolítico global sugere uma demanda crescente por soluções em defesa, segurança e espaço, áreas de atuação da empresa. Segundo o executivo, conflitos em várias regiões devem manter a necessidade desses sistemas em alta nos próximos dez anos. A fábrica de radares do grupo em Israel e a recente saída das operações na Rússia refletem ajustes diante desses fatores.
No Brasil, a preocupação maior está voltada para a guerra irregular e o combate ao tráfico, diferentemente de conflitos fronteiriços tradicionais. A multinacional segue focada em expandir sua infraestrutura, com projetos para ampliação e reforma da unidade em São Bernardo, buscando aproveitar o potencial do mercado aéreo doméstico, hoje em torno de 100 milhões de passageiros anuais, o que supera em escala a população francesa.
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