A Compra da Linx pela Totvs foi finalizada, com a Totvs concordando em pagar R$ 3,05 bilhões à Stone, encerrando um processo que se estendeu por um ano. A transação, que envolveu um múltiplo de 11,5 vezes o lucro estimado da Linx para o próximo ano, demonstra um movimento estratégico no mercado de softwares, com potencial para impactar ambas as empresas envolvidas.
A venda da Linx representa uma transação significativa para a Stone, avaliada em um múltiplo superior ao seu próprio. A Stone, por sua vez, planeja utilizar os recursos obtidos para remunerar seus acionistas. Já para a Totvs, a aquisição foi realizada abaixo do múltiplo com o qual negocia no mercado de ações, indicando uma potencial valorização.
O valor total da transação alcançou R$ 3,41 bilhões, considerando que a Linx possuía um caixa líquido de R$ 360 milhões, que será retido pela Stone. Uma fonte próxima à Stone mencionou que o múltiplo EV/caixa gerado (EBITDA menos o capex) é uma métrica relevante para analisar a transação, resultando em um múltiplo de 20x, em comparação com os 23x da Totvs na Bolsa.
A Stone já havia vendido a SimplesVet para a PetLove em junho, por R$ 140 milhões. Os demais ativos de software da Stone, como o Reclame Aqui e a Questor, geram uma receita anual combinada de R$ 326 milhões, com um EBITDA de R$ 32 milhões. A Stone agora avaliará o futuro desses ativos, buscando oportunidades estratégicas.
Uma questão levantada por investidores era se a Stone manteria o contrato de integração de suas maquininhas e serviços financeiros com o software da Linx. Contudo, a fonte confirmou que essa negociação não ocorreu e que a parceria não será mantida, abrindo espaço para uma nova disputa no mercado.
A decisão da Stone de vender a Linx surgiu após constatar que a integração com seus serviços financeiros era mais complexa do que inicialmente previsto. Atualmente, a integração se limita ao backoffice, sem abranger áreas como atendimento, vendas e sistemas.
O processo de venda da Linx teve início em setembro, atraindo o interesse de diversas gestoras de private equity e empresas globais de software. Após uma breve suspensão em fevereiro, as negociações foram retomadas em abril, culminando na Compra da Linx pela Totvs.
Os recursos provenientes da venda da Linx serão destinados a recompras e dividendos, dada a situação de excesso de capital da Stone. A empresa avaliará opções estratégicas, mas a prioridade será manter a política de remuneração dos acionistas. JP Morgan, Morgan Stanley e BTG Pactual atuaram como assessores da Stone, enquanto o Itaú BBA assessorou a Totvs.
Via Brazil Journal