O setor de entregas rápidas na China está passando por mudanças significativas. Empresas como Meituan, Alibaba e JD.com estão reduzindo subsídios e aumentando preços, após um histórico de descontos que comprometeram suas finanças.
Uma reportagem do Business Insider destaca que a guerra de preços levou a uma queda nas ações dessas empresas, com a Meituan prevendo perdas trimestrais. A presença da JD.com no mercado intensificou a competição, afetando lucros e estratégias de vendas.
O governo chinês já começou a intervir, convocando as principais empresas para limitar a concorrência desleal. As expectativas são de que os subsídios diminuam nos próximos anos, trazendo uma nova dinâmica para o setor, que deve exigir mais eficiência e inovação das empresas.
O setor de entregas rápidas na China está passando por uma significativa transformação. Gigantes do mercado, como Meituan, Alibaba e JD.com, iniciaram um movimento para reduzir os subsídios e aumentar os preços dos serviços que antes eram praticados a custos muito baixos. Essa mudança se torna necessária após um período de descontos agressivos que afetou a lucratividade das empresas e atraíram a preocupação dos reguladores.
Uma reportagem do Business Insider revela que o modelo de subsídios chegou a permitir a venda de refeições e bebidas por preços absurdamente baixos, como 1 yuan (aproximadamente US$ 0,14). Essa estratégia, no entanto, mostrou-se insustentável. A chegada da JD.com no mercado de entregas de comida, em fevereiro, intensificou a competição, levando Meituan e Alibaba a aumentar suas ofertas promocionais.
Como resultado, houve uma “guerra de preços” que prejudicou a margem de lucro das empresas, refletindo diretamente na performance das ações. A Meituan, que detém cerca de 50% do mercado, já sinalizou que espera apresentar perdas trimestrais devido à chamada “concorrência irracional”. Suas ações tiveram queda de 13% apenas na última quinta-feira, acumulando uma redução de 33% no ano. O cenário é igualmente desafiador para a JD.com, que reportou uma queda de 50% no lucro líquido no segundo trimestre, enquanto o Alibaba viu suas ações diminuírem 20% desde março.
Diante deste contexto, as autoridades chinesas convocaram as três principais empresas em maio e junho deste ano, solicitando medidas para acabar com a desordem competitiva. O governo busca limitar as consequências dessa disputa, especialmente em um momento de crise no setor imobiliário e inflação descontrolada na economia.
Além disso, analistas do Business Insider sugerem que os subsídios devem desaparecer gradualmente nos próximos dois anos. A previsão é que, com o tempo, os preços se alinhem mais com os custos reais das entregas rápidas na China, enquanto as plataformas tentam solidificar os hábitos de consumo que os clientes desenvolveram durante a era dos descontos.
O encaminhamento de medidas regulatórias e a nova realidade de preços indicam que o consumidor chinês deve se preparar para uma dinâmica diferente e mais estável no setor de serviços de entrega nos próximos anos. Esse cenário representa uma mudança significativa que pode desencadear novas estratégias de mercado pelas empresas envolvidas, exigindo delas maior eficiência e inovação para se manterem competitivas.
Via Exame